Abstract:
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A obesidade e as dislipidemias têm se tornado mais prevalentes, resultado dos hábitos de vida atuais. Visto que o colesterol é substrato fundamental para a síntese de hormônios esteroides, esse estudo visa analisar os efeitos das estatinas, usadas no tratamento da hipercolesterolemia, sobre a reprodução feminina. Assim, camundongas Swiss receberam do dia pós-natal (DPN) 60 ao DPN 90, 0,9% de solução salina, 1,5 ou 5,5 mg/kg/dia de rosuvastatina, por via oral. Avaliou-se o ganho de peso corpóreo, o ciclo estral, e o peso dos órgãos reprodutores e vitais. Para os diferentes parâmetros analisados, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos, o que sugere ausência de toxicidade sistêmica e reprodutiva. Porém, esses resultados não afastam a possibilidade de efeitos sobre a reprodução feminina, necessitando análises histomorfométricas, que não puderam ser feitas devido às limitações impostas pela pandemia de Covid-19. Portanto, parte do plano de atividades foi adaptado para uma revisão crítica da literatura acerca dos efeitos das estatinas sobre o ovário e útero de roedores. Pesquisou-se em 5 plataformas com diferentes combinações dos termos 'statins', 'ovary', 'uterus', 'mice' e 'rats'. Dos 147 artigos encontrados, 53 eram duplicados e 46 não atenderam aos critérios de elegibilidade. Dos inclusos, 28 se referiam a ovários e 20 a útero. Os estudos realizados in vitro com ovário apresentaram redução da proliferação celular (50%) e de níveis de andrógenos (40%), enquanto nos estudos in vivo houve regressão tumoral, observada em 85,71% daqueles realizados com tumores. Nos trabalhos sobre útero, verificou-se redução de danos histopatológicos (30%) e regressão de implantes endometrióticos (20%). Assim, dependendo do contexto, as estatinas possuem vários efeitos, e podem ser utilizadas como terapia para diferentes condições. Entretanto, o baixo número de artigos incluídos indica necessidade de mais estudos sobre os efeitos das estatinas nos ovários e útero. |