Carbono, nitrogênio e índices de agregação em argissolo após 11 anos de aplicação de dejetos animais e fertilizante mineral

Abstract

A utilização de adubação animal (AA) em solo franco-arenoso pode aumentar os teores de carbono orgânico total (COT) e nitrogênio total (TN) nos agregados do solo, causando aumento da estabilidade dos agregados, com consequente diminuição dos processos erosivos do solo. Este trabalho avaliou os teores de COT e NT, bem como as propriedades físicas de solo franco-arenoso submetido a 11 anos de aplicação de AA e fertilizante mineral. O experimento foi conduzido em sistema plantio direto (SPD) com as culturas milho/aveia-preta, feijão/aveia-preta e milho/trigo. Foram utilizados os seguintes tratamentos: testemunha (sem fertilização); dejeto liquído de suinos (DLS); cama sobreposta de suínos (CSS); dejeto liquído de bovinos (DLB) e fertilizante mineral (NPK). Os agregados de solo foram coletados nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10-20cm. Aplicações de DLS, DLB e CSS no solo aumentaram os teores de COT e NT, e aumentaram o diâmetro médio ponderado (DMP) e o diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregados em 0-5 cm. O uso de CSS e DLB aumentou o COT em comparação com DLS, NPK e controle (0-5 cm). O uso de AA também resultou em maiores teores de NT em 0-5 e 10-20 cm em comparação ao controle. O uso de AA por 11 anos sob SPD aumentou o DMG (0-5 cm) em comparação ao NPK e controle. A AA promoveu a dispersão das argilas em 5-10 e 10-20 cm, resultando em menor agregação do solo em profundidade. Em geral, os menores índices de agregação (DMP e DMG) encontrados em profundidade (5-20 cm) nos tratamentos com DLS, CSS e DLB, não afetaram o desenvolvimento radicular das culturas (milho, feijão e trigo). Pois os maiores valores de produtividade média foram encontrados nos tratamentos com AA quando comparados aos tratamentos controle e NPK. Além dos maiores rendimentos de milho, feijão e trigo nos tratamentos com AA, há também o benefício de maiores teores de COT e NT em profundidade, o que pode compensar a menor agregação encontrada nos tratamentos com adição de esterco animal.