Desde o final do século XIX, a representação de uma “África doente” foi sendo construída por discursos científicos como na emergente medicina tropical. O desafio de “higienizar as colônias” ensejou também o discurso em prol de uma “colonização científica”. Com base na nova historiografia e nos estudos visuais sobre o colonialismo, o presente projeto analisa um corpus iconográfico sobre a representação médica dos “corpos enfermos” e discute o propalado discurso higienista e das campanhas sanitárias em África durante as primeiras décadas do século XX. O projeto Corpos Enfermos e Anômalos na África Colonial tem por fonte e objeto de estudo um conjunto de imagens de acervos digitais que permite abordar a relação entre colonialismo e biopolítica pelo viés da medicina tropical. Assim, com tais imagens, tornou-se possível identificar africanos que foram empregados dentro dessa rede de saúde colonial, abrindo novos horizontes para estes dentro da rede médica. Ao propor uma mirada sobre auxiliares e empregados africanos para além da dicotomia das relações entre médicos europeus e africanos doentes, torna-se possível observar a complexidade dessas relações e a agência africana nos quadros do colonialismo.
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Iniciação Científica - PIBIC e Programa Voluntário