Imbuias centenárias: caracterização morfológica das fibras da madeira de Ocotea porosa no sentido radial

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Imbuias centenárias: caracterização morfológica das fibras da madeira de Ocotea porosa no sentido radial

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Title: Imbuias centenárias: caracterização morfológica das fibras da madeira de Ocotea porosa no sentido radial
Author: Nascimento, Thaisa do
Abstract: Estudos sobre crescimento, histórico e características da madeira de árvores centenárias, como a Imbuia, ainda são incipientes no Brasil, pouco se sabe sobre as grandes árvores brasileiras. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a idade, densidade e a morfologia das fibras da madeira de árvores gigantes e centenárias da espécie Imbuia (Ocotea porosa) provenientes de quedas ocasionadas por eventos naturais, ou apreensões realizadas pela Polícia Militar Ambiental, originarias de duas diferentes áreas de ocorrência natural no estado de Santa Catarina, localizados nos munícipios de Vargem Bonita e de Ponte Alta do Norte. Destas extraíram-se discos com incremento completo da medula à casca. Os discos foram lixados para possibilitar a análise e contagem dos anéis de crescimento para estimativa da idade. A partir disto, retirou-se uma bagueta radial do disco, que foi marcada em porções a cada 10% no sentido medula-casca (0% = próximo à medula, 100% = próximo à casca), totalizando 11 amostras. Cada amostra foi submetida ao processo de maceração, visando a individualização das fibras para mensuração das dimensões de comprimento, largura, diâmetro do lúmen e espessura da parede celular, bem como dos indicadores anatômicos de fração parede, coeficiente de flexibilidade, índice de enfeltramento e índice de Runkel. Além disso, foram extraídas amostras do disco para a determinação da densidade básica e verde. A densidade básica média (0,52 g/cm³) e verde (1,08 g/cm³) da madeira de permitiu classificá-la como de média densidade. A idade da Imbuia 1 de Vargem Bonita foi estimada em 533 anos em um raio de 95 cm, enquanto a idade da Imbuia 2 de Ponte Alta do Norte foi estimada em 250 anos em um raio de 82 cm, ambas apresentaram um ritmo de crescimento oscilante ao longo de suas vidas, o que se constatou pelos diferentes números de anéis nas porções radiais amostradas. Em função do elevado grau de deterioração da Imbuia 3 não foi possível estimar sua idade. As dimensões das fibras e os indicadores anatômicos das três Imbuias oscilaram, sendo para a maioria dos parâmetros, menores próximos à medula, porém não foi observada diferença estatística em nenhum deles no sentido radial (medula-casca), sendo os valores médios das três árvores os seguintes: 0,95 mm de comprimento; 23,98 µm de largura; 14,77 µm de diâmetro do lúmen e 4,60 µm de espessura da parede, além disso, foram obtidos os valores médios de 39,03%, 60,97%, 0,67 e 38,81 para os parâmetros de fração parede, coeficiente de flexibilidade, índice de Runkel e índice de enfeltramento, respectivamente. De forma geral, conclui-se que a madeira de Imbuia apresenta boa homogeneidade para densidade e dimensões de suas fibras ao longo dos anos, o que é interessante do ponto de vista comercial ou de futuros plantios florestais, que mesmo árvores mais jovens poderão apresentar características e propriedades semelhantes à árvores mais velhas (centenárias).
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/225681
Date: 2021-08-09


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