Distribuição da Semiologia nas escolas médicas do Brasil

Abstract

Introdução: O ensino da semiologia é essencial nas escolas médicas, por ser ela a base da prática clínica. Este estudo foi desenvolvido por haver uma lacuna sobre sua distribuição no Brasil. Objetivo: Analisar a distribuição da semiologia nas escolas médicas brasileiras. Métodos: Estudo transversal, descritivo, com 226 escolas médicas brasileiras que disponibilizaram a distribuição de semiologia na internet entre as 335 existentes e ativas em dezembro de 2020. As variáveis estudadas foram região geográfica, administração, gratuidade e tempo de existência da escola, carga horária do internato, do curso e de semiologia, e ano(s) ou semestre(s) da inserção de semiologia no currículo. A análise dos dados foi descritiva e as associações foram analisadas com os testes t­Student, Análise de Variância, Mann­Whitney­U e Kruskal Wallis. Foi admitido o nível de significância de p < 0,05. Resultados: A semiologia é mais frequentemente ofertada apenas no 4º semestre (n=40), seguida por sua oferta em dois semestres, no 4º e 5º e no 3º e 4º. Entre as 226 escolas, 142 integravam os conteúdos a módulos ou eixos de alguma forma (62,8%). Entre 133 escolas (58,8%) que fornecem sua carga horária, a mediana da carga teórica é de 80 horas (P25­75= 61,7­ 147,9), a de prática de 142,8 horas (P25­75= 64,5 ­ 180,0), a total de 240,0 horas (P25­75= 166,7 ­ 340,0) e a da sua porcentagem em relação à carga total do curso de 3% (P25­75 = 2,0 – 4,1). Não houve diferença estatística na carga horária total de semiologia por região geográfica, administração, gratuidade e tempo de existência da escola. Conclusão: A semiologia é mais frequentemente ofertada no 4º semestre e 62,8% das 226 escolas médicas brasileiras a integram a outros conteúdos. A mediana da sua carga horária total não difere por características geográficas, de administração e tempo de existência das escolas.

Introduction: The teaching of semiology is essential in medical schools, as it is the basis of clinical practice. This study was developed because there is a gap in its distribution in Brazil. Objective: To analyze the distribution of semiology in Brazilian medical schools. Methods: Cross­sectional, descriptive study with 226 Brazilian medical schools that made available the distribution of semiology on the Internet among the 335 existing and active in December 2020. The variables studied were geographic region, administration, gratuity and the length of school existence, course, clerkship and semiology course loads, and year (s) or semester (s) of semiology insertion in the curriculum. The data analysis was descriptive and the associations were analyzed using Student t­test and Analysis of Variance, Mann­Whitney­U and Kruskal Wallis tests. The significance level was set at p < 0.05. Results: Semiology is more frequently offered only in the 4th semester (n = 40), followed by its offer in two semesters, in the 4 th and 5th and in the 3 rd and 4th . Among the 226 schools, 142 integrated semiology into modules or axes (62,8%). Among the 133 schools (58,8%) providing their course load, the median of the theoretical load is 80 hours (P25­75 = 61.7­147.9), of the practice is 142.8 hours (P25­75 = 64.5 – 180,0), of the total is 240.0 hours (P25­75 = 166.7 ­ 340.0) and of its percentage in relation to the total course load is 3% (P25­75 = 2.0 ­ 4.1). There was no statistical difference in the total course load of semiology by geographic region, administration and time of existence of the school. Conclusion: Semiology is more frequently offered in the 4th semester and 62,8% of 226 Brazilian medical schools integrate it with other content. The median of semiology total course load does not differ by schools´ geographical characteristics, administration and time of existence.