Efeito do tratamento térmico na resistência a fadiga cíclica de instrumentos automatizados: revisão da literatura

Abstract

Instrumentos automatizados fabricados a partir da liga de níquel-titânio (NiTi) começaram a ser comercializados no início dos anos 1990, sendo utilizados até os dias atuais. Na tentativa de melhorar a resistência à fratura, constantemente são introduzidos no mercado novos instrumentos, porém, com diferentes modalidades de tratamento térmico. De acordo com o tipo de tratamento térmico empregado na liga de NiTi, instrumentos com diferentes características físicas podem ser obtidos. Instrumentos feitos a partir de ligas austeníticas possuem como principal característica a superelasticidade, e aqueles feitos a partir de martensita possuem controle de memória. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão da literatura científica, considerando o tratamento térmico da qual os diferentes instrumentos endodônticos são fabricados e sua influência sobre a resistência à fadiga cíclica. Métodos: A pesquisa bibliográfica dos artigos científicos foi realizada através de palavras-chave, combinadas de diferentes formas, nas bases eletrônicas de dados PubMed, SciELO, LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde) e Periódicos Capes. Após a remoção dos artigos em duplicata, a leitura dos resumos e dos textos completos foi realizada a fim de verificar se o tema era pertinente à pesquisa. Então foram selecionados treze artigos que possuíam escopo compatível com o tema desta revisão. Resultado: Os instrumentos martensíticos são mais resistentes a fadiga cíclica por isso são indicados para canais com grandes curvaturas ou em formato de “S”, já os austeníticos são mais indicados para canais retos ou levemente curvados. Conclusão: A maioria das fraturas causadas por fadiga cíclica ocorre em canais com grande complexidade anatômica. Em tais casos, os instrumentos martensíticos mostram-se mais resistentes à fratura

Automated instruments manufactured from the nickel-titanium alloy (NiTi), which became commercialized in the early 1990s, are still being used today. In an attempt to improve fracture resistance, new instruments are constantly introduced to the market, however, with different heat treatment modalities. According to the type of heat treatment used in the NiTi alloy, instruments with different physical characteristics can be obtained. Instruments made from austenitic alloys have superelasticity as their main characteristic and those made from martensite have shape memory. Objective: The objective of this study was to conduct a review of the scientific literature, considering the heat treatment from which the different endodontic instruments are manufactured and their influence on the resistance to cyclic fatigue. Methods: The bibliographic search of scientific articles was carried out using keywords, combined in different ways, in the electronic databases PubMed, SciELO, LILACS (Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences Information) and CAPES portal for periodic publications. After removing duplicate articles, abstracts and full texts were read to verify that the topic was relevant to the research. Then, thirteen articles were selected that had a theme compatible with the theme of the review. Result: Austenitic instruments are more suitable for straight or slightly curved canals. The martensitic instruments, on the other hand, are more suitable for canals with large curvatures or those that are S-shaped. Conclusion: Most fractures caused by cyclic fatigue occur in canals with high anatomical complexity. In these cases, martensitic instruments are more resistant to fracture cyclic.