Abstract:
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O Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC) realizou aproximadamente 263.198 atendimentos para suporte ao diagnóstico e tratamento de intoxicações, desde que iniciou suas atividades em 1984. No ano de 2019 foram realizados 21.125 atendimentos, dos quais 20.506 (97,1%) foram casos de exposição humana, 123 (0,6%) casos de exposição animal e 496 (2,3 %) solicitações de informação, sem a existência de vítima exposta. Houve um aumento de 21,54% em relação aos atendimentos do ano de 2018. Além do atendimento dos casos, foram realizados mais de 36.657 acompanhamentos de casos até o encerramento e 53 atividades de educação ou orientação em grupo na comunidade ou para profissionais da saúde. O CIATox/SC recebeu 323 animais para identificação. Os grupos de agentes responsáveis pelo maior número de atendimentos foram os Medicamentos (31,0%) seguidos pelos Animais Peçonhentos/Venenosos (25,2%). A maioria das solicitações foi proveniente do Estado de Santa Catarina, sendo 38,8% da macrorregião da Grande Florianópolis. Os meses quentes são os de maior ocorrência de atendimentos, principalmente em decorrência do aumento do número de casos de animais peçonhentos. A maior parte das solicitações foi realizada por profissionais da área da saúde (90,09%), principalmente médicos (79,10%) provenientes de Hospitais (62,20%), Unidades de Pronto Atendimento (20,14%) e Unidades Básicas de Saúde (6,93%). A ligação das residências ocorreu em 7,62% dos casos. Nos casos humanos a exposição ocorreu principalmente nas residências (76,56%) em zona urbana (68,80%). A distribuição dos casos humanos por gênero foi superior no gênero feminino (55,01%) em relação ao masculino (44,97%). Observa-se a predominância das exposições na faixa etária das crianças de 1 a 4 anos (13,46%), nos adultos jovens de 20 a 29 anos (19,00%) e de 30 a 39 anos (15,42 %). A principal circunstância de exposição foi acidental (49,94%), seguida das tentativas de suicídio (28,80%) e de acidente ocupacional (6,09%). A via oral foi a mais frequente, ocorrendo em 44,44% dos casos; seguida da mordida/picada ou contato com animais peçonhentos ou não peçonhentos (37,97%). A partir de 2019 foi incluído no encerramento dos casos a Classificação de Gravidade Final e o escore de gravidade de intoxicações (Poisoning Severity Score – PSS) e, a maioria dos casos foram classificados como gravidade final Leve (73,4%), seguida pela Nula (7,7%), Moderada (2,7%), Grave (2,1%) e Fatal (0,4%). Na maior parte dessas exposições o paciente apresentou-se curado (65,04%). Ocorreram 82 óbitos no total de 20.506 casos humanos atendidos (0,40%). Destes, 61 casos (0,30%) foram óbitos relacionados à intoxicação e 21 casos (0,10%) foram óbitos por outra causa. Dos 61 óbitos decorrentes de intoxicação, 24 foram relacionados a Medicamentos (39,34%), 15 foram causados por Drogas de Abuso (24,59%), 13 por Agrotóxicos (21,31%), 06 ocorreram por Associação de Grupo (9,84%), dois por Animais Peçonhentos (3,28%) e um por Produtos de Uso Veterinário (1,64%). A circunstância mais frequente, nos casos que evoluíram a óbito, foi a tentativa de suicídio com 36 casos (59,02%). Na distribuição dos casos de óbitos de acordo com o gênero houve predominância do gênero masculino com 36 casos (59,0%) e 25 casos do gênero feminino (41,0%). A maior ocorrência de óbitos foi observada entre 30 a 49 anos (22 casos). |