Title: | Sentidos de cidadania e direitos humanos na práxis de repórteres |
Author: | Montipó, Criselli |
Abstract: |
Jornalismo, cidadania e direitos humanos foram construídos historicamente e estão socialmente intercambiados. Nessa perspectiva, o objetivo geral desta pesquisa é compreender os sentidos de cidadania e direitos humanos predominantes entre repórteres. Como objetivos específicos apresentam-se: 1) conhecer quais percepções de cidadania e direitos humanos prevalecem entre jornalistas; 2) averiguar como a simbiose entre jornalismo e democracia influencia as responsabilidades jornalísticas; 3) analisar de que modo a práxis e as concepções sobre o tema colaboram com o ideal jornalístico de promovê-los. A investigação empírica compreende a realização de entrevistas com 15 repórteres atuantes na mídia online convencional e alternativa. A entrevista é adotada em suas possibilidades dialógicas como método potencial para compreender as transformações pelas quais o ofício de jornalista é atravessado, bem como trajetórias de vida e profissionais. Por meio da análise crítica da narrativa, buscamos apreender os sentidos a partir da matriz interseccional de classe, gênero, raça, entre outras, ajustando o foco aos repórteres enquanto sujeitos, no poder de suas vozes e em suas metanarrativas. Constatamos que a reflexão crítica sobre os temas cidadania e direitos humanos é entrecruzada por diversas nuances sociais. Apesar de repórteres situarem o jornalismo em relação com a sociedade, os sentidos de cidadania e direitos humanos manifestados foram, justamente, de ausência de plenitude. Da dialogia a que nos propusemos, emergiu o desejo de cidadania plena e de respeito aos direitos humanos, que não se concretiza nem mesmo em suas vidas de narradores do cotidiano, devido às pressões e constrangimentos profissionais em tempos de fragmentação democrática. Foi nítida a inquietude da descoberta de sentidos pelos próprios interlocutores que indicaram a limitação de expressão em algumas ocasiões, restritos a linhas editoriais de coberturas superficiais, descontextualizadas, sensacionalistas, que retroalimentam a subcidadania e os estereótipos. Por meio de seus relatos, repórteres evidenciaram que flexionam suas subjetividades aos poderes dominantes. Por outro lado, a adoção da interseccionalidade como matriz teórica-metodológica revelou que a empatia e a alteridade de repórteres são adensadas por seus lugares de fala. Neste momento de rupturas e mutações na profissão, demonstramos que a democracia inclusiva depende de outras corporeidades, inclusive nas redações. São elas que criam fissuras em densas estruturas, como o coronelismo, o patriarcado, o capitalismo neoliberal e a colonialidade. A partir de suas intersubjetividades, desvelamos a autonomia de repórteres de palavras que agem. Abstract: Journalism, citizenship and human rights have been built historically and are socially interlaced. In this perspective, the general objective of this research is to understand the meanings of citizenship and human rights prevalent among reporters. Specific objectives are: 1) to know which perceptions of citizenship and human rights prevail among journalists; 2) to investigate how the symbiosis between journalism and democracy influences journalistic responsibilities; 3) to analyze how praxis and conceptions on the theme collaborate with the journalistic ideal of promoting them. The empirical investigation includes conducting interviews with 15 reporters working in the conventional and alternative online media. The interview is adopted in its dialogical possibilities as a potential method to understand the transformations through which the journalist's profession is crossed, as well as life and professional trajectories. Through the critical analysis of the narrative, we seek to apprehend the senses from the intersectional matrix of class, gender, race, among others, adjusting the focus to reporters as subjects, in the power of their voices and in their metanarratives. We found that critical reflection on the themes of citizenship and human rights is intertwined by several social nuances. Despite the reporters placing journalism in relation to society, the meanings of citizenship and human rights manifested were, precisely, the absence of fullness. From the dialogue that we set out to emerge, the desire for full citizenship and respect for human rights emerged, which does not materialize even in their daily lives as narrators, due to professional pressure and constraints in times of democratic fragmentation. There was a clear concern about the discovery of meanings by the interlocutors who indicated the limited expression on some occasions, restricted to editorial lines that prioritize superficial, out-of-context, sensational coverage, which feed back into subcitizenship and stereotypes. Through their stories, reporters showed that they flex their subjectivities to the dominant powers. On the other hand, the adoption of intersectionality as a theoretical-methodological matrix revealed that the empathy and otherness of reporters are densified by their locations of speech. In this moment of ruptures and changes in the profession, we demonstrate that inclusive democracy depends on other corporealities, including in newsrooms. They create cracks in dense structures, such as coronelism, patriarchy, neoliberal capitalism and coloniality. From their intersubjectivities, we unveiled the autonomy of reporters of words that act |
Description: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, Florianópolis, 2020. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216255 |
Date: | 2020 |
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PJOR0153-T.pdf | 2.641Mb |
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