Prevalência da disfunção temporomandibular em pacientes com fibromialgia: uma revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: A Fibromialgia (FM) é a condição clínica reumatológica mais frequente encontrada nos consultórios médicos. Está presente em cerca de 2,5% da população brasileira e afeta principalmente mulheres acima de 40 anos de idade. Essa condição também chamada de síndrome fibromiálgica se caracteriza principalmente por quadros de dores crônicas e sua etiopatogenia é considerada multifatorial e complexa, pois ainda não está totalmente elucidada; ela está associada a distúrbios do sono, dores musculoesqueléticas, fadiga e depressão. Além disso, frequentemente vários estudos tem relacionado a FM com as disfunções temporomandibuares (DTMs). As DTMs, por sua vez, consistem em um conjunto de condições que afetam os músculos mastigatórios e articulações temporomandibulares, apresentando, assim como, a FM, a dor como sua principal característica. OBJETIVO: Revisar sistematicamente a literatura para determinar a prevalência da DTM em pacientes com FM. MÉTODOS: Foram pesquisadas seis bases de dados eletrônicas (LILACS, LIVIVO, PubMed, ScienceDirect, PsycINFO e Web of Science), bem como três bases de dados da literatura cinzenta (Google Scholar, Open Grey e ProQuest). Estudos transversais foram selecionados por dois revisores independentes e analisados em duas fases, seguindo as orientações do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). O risco de viés foi avaliado através do MASTARI (Meta-Analysis of Statistics Assessment and Review Instrument for observational studies from the Joana Briggs Institute). RESULTADOS: Durante as buscas foram encontrados 661 artigos e, após a remoção dos duplicados, 51 foram analisados e elegíveis para leitura de texto completo, sendo 06 finalmente incluídos. Nenhum dos artigos cumpriu todos os critérios metodológicos de qualidade. Portanto, considerando o risco global de viés, um artigo foi julgado com risco moderado e cinco com baixo risco de viés. A heterogeneidade foi considera muita alta, desta forma, a meta-análise não foi realizada. A análise quantitativa simples demonstrou que 58,4% dos pacientes com diagnóstico de FM também apresentavam algum subtipo de DTM. CONCLUSÃO: A prevalência de DTM em pacientes com FM foi de 58,4%. Sugere-se que novos estudos sejam realizados, principalmente com delineamento longitudinal e melhor qualidade metodológica para que possam ajudar a responder se a fibromialgia é um fator de risco para o desenvolvimento de DTMs.

Abstract: BACKGROUND: Fibromyalgia (FM) is the most frequent clinical rheumatologic condition found in medical offices. It is present in about 2.5% of the Brazilian population and affects mainly women over 40 years of age. This condition is also called fibromedial syndrome, mainly due to chronic pain, and its etiopathogenesis is multifactorial and complex, as it is not fully elucidated; It is associated with sleep disorders, muscle aches, fatigue and depression. In addition, the various studies have been concerned with temporomandibular disorders (TMDs). TMDs, in turn, consist of a set of conditions that affect the masticatory and temporomandibular joint muscles, thus presenting FM as its main characteristic. OBJECTIVE: To systematically review the literature in order to determine the prevalence of co-occurrence between TMD and FM. METHODS: Six electronic databases (LILACS, LIVIVO, PubMed, ScienceDirect, PsycINFO, and Web of Science), as well as three grey literature databases (Google Scholar, Open Grey, and ProQuest) were searched. Cross-sectional studies were selected by two independent reviewers and analyzed in two-phases, following the PRISMA statement. Risk of bias was assessed through the MASTARI (Meta-Analysis of Statistics Assessment and Review Instrument for observational studies from the Joana Briggs Institute). RESULTS: From 661 articles, 51 were eligible for full-text reading, and six were finally included. None of the articles met all quality methodological criteria. Therefore, considering the overall risk of bias, one article was judged with moderate risk and five with low risk of bias. A heterogeneity was considered high, thus, a meta-analysis was not performed. A simple quantitative analysis showed that 58.4% of patients diagnosed with FM also had some TMD subtype. CONCLUSION: The prevalence of TMD in patients with FM was 58.4%. It is suggested that many studies are practical, especially with longitudinal design and better methodological quality so that companies can respond if fibromyalgia is a risk factor for the development of TMDs.