Title: | Relações entre suporte parental e a habilidade de reconhecimento de expressões faciais em pré-adolescentes |
Author: | Loos, Victória Niebuhr |
Abstract: |
Ao longo do ciclo vital humano e do cotidiano dos indivíduos, todos precisam lidar com suas emoções. Reconhecer e saber interpretar as próprias emoções e a de outras pessoas é importante pois favorece a socialização, o autoconhecimento e contribui para uma melhor qualidade de vida. Na pré-adolescência, esta capacidade está relacionada ao bom ajustamento psicológico e emocional, bem como ao melhor uso das habilidades sociais e a uma melhor relação com os pares. Este estudo buscou verificar se o suporte parental se relacionaria com a habilidade de reconhecer expressões faciais emocionais em pré-adolescentes. Para isso, este estudo teve como objetivos específicos:a) avaliar a percepção do pré- adolescente sobre o suporte parental por meio dos estilos parentais: autoritário, permissivo, negligente e participativo; b) avaliar a habilidade do pré-adolescente de reconhecer seis expressões faciais emocionais: raiva, tristeza, nojo, surpresa, alegria, medo, além da expressão neutra; c) verificar a relação entre os diferentes estilos parentais e os parâmetros de reconhecimento das expressões faciais, a saber, acurácia e intensidade da emoção; d) avaliar o possível efeito moderador da saúde mental e do sono dos pré-adolescentes (desfechos secundários) na relação entre percepção de suporte parental e reconhecimento de faces. Com base nestes objetivos, foram realizados dois estudos: uma revisão integrativa de literatura e um estudo empírico transversal. A revisão teve por objetivo analisar a relação entre suporte parental e habilidade de reconhecer expressões faciais emocionais em pré-adolescentes através de uma revisão integrativa de pesquisas empíricas nacionais e internacionais dos últimos dez anos. Foram encontradas 12 publicações, as quais utilizaram principalmente tarefas computadorizadas para avaliar o reconhecimento de expressões faciais, sendo a maioria estudos transversais. Houve uma associação de práticas parentais positivas com uma melhor habilidade de reconhecimento de expressões faciais dos filhos, assim como aspectos negativos da parentalidade estiveram associados a um pior reconhecimento de expressões faciais e a um favorecimento do reconhecimento de expressões negativas, sendo que alguns resultados foram contraditórios. Também discutiram-se as lacunas metodológicas e sugestões para avançar os estudos na área. O estudo empírico teve por objetivo analisar as relações entre suporte parental e a habilidade de reconhecimento de expressões faciais em pré-adolescentes. Sua amostra foi composta por 150 pré-adolescentes de 11 e 12 anos moradores do Vale do Itajaí, estudantes do 6o ano do Ensino Fundamental. Eles responderam a Escala de Responsividade e Exigência Parental (EERP) para mensurar o suporte parental por meio dos estilos parentais, o Questionário de Dificuldades e Capacidades (SDQ) para verificar a sua saúde mental, o Questionário Sociodemográfico e as escalas analógicas do sono e do humor, elaboradas pelas pesquisadoras. Após o preenchimento destes instrumentos de autorrelato, os pré-adolescentes participaram de uma tarefa computadorizada de reconhecimento de expressões faciais (CEPS). Para a análise, foram realizadas uma sequência hierárquica de modelos de regressão logística com efeitos mistos e correlações bivariadas com as variáveis significativas do modelo de melhor ajuste, a fim de verificar se o efeito significativo seria devido a alguma emoção específica. Os resultados não indicaram relações significativas entre o suporte parental e a habilidade de reconhecimento de expressões faciais, mesmo analisando-se cada emoção e estilos parentais separadamente. No entanto, constatou-se que esta habilidade está relacionada significativamente com a saúde mental dos pré-adolescentes, a qualidade do sono, a intensidade das imagens e o tempo de resposta na tarefa computadorizada. Estes dados são discutidos à luz das evidências sobre a importância do suporte parental para o desenvolvimento psicológico infanto-juvenil. Abstract: Throughout the human life cycle and the daily lives of individuals, everyone must deal with their emotions. Recognizing and knowing how to interpret one's emotions and that of other people is important because it favors socialization, self-knowledge and contributes to a better quality of life. In pre-adolescence, this capacity is related to good psychological and emotional adjustment, as well as the better use of social skills and a better relationship with peers.This study aimed to verify whether parental support would relate to the ability to recognize emotional facial expressions in preadolescents.To this end, this study had as specific objectives: a) evaluate the pre-adolescent's perception of parental support through parental styles: authoritarian, permissive, negligent and participative; b) evaluate the ability of the pre-adolescent to recognize six emotional facial expressions: anger, sadness, disgust, surprise, happiness fear and neutral expression; c) verify the relation between the different parental styles and the parameters of recognition of the facial expressions, namely, accuracy and intensity of emotion; d) evaluate the possible moderating effect of preadolescent mental health and sleep (secondary outcomes) on the relationship between perception of parental support and face recognition. Based on these objectives, two studies were carried out: an integrative literature review and a cross-sectional empirical study. The objective of the review was to analyze the relationship between parental support and the ability to recognize emotional facial expressions in preadolescents through an integrative review of national and international empirical research in the last ten years. We found 12 publications, which mainly used computerized tasks to evaluate the recognition of facial expressions, most of which were cross-sectional studies. There was an association of positive parenting practices with a better ability to recognize children's facial expressions, as well as negative aspects of parenting were associated with worse recognition of facial expressions and favoring the recognition of negative expressions, however, some results were contradictory. We also discussed methodological gaps and suggestions for furthering studies in the area. The empirical study aimed to analyze the relationships between parental support and the ability to recognize facial expressions in preadolescents. Their sample was composed of 150 11-year-old and 12-year-old pre-adolescents from the Itajaí Valley, 6th grade students. They answered the Parental Responsiveness and Responsibility Scale (RSP) to measure parental support through parental styles, the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) to assess their mental health, the Sociodemographic Questionnaire, and the analog sclaes of sleep and humor, elaborated by the researchers. After completing these self-report instruments, the preadolescents participated in a computerized facial expression recognition task (CEPS). For the analysis, a hierarchical sequence of logistic regression models with mixed effects and bivariate correlations were performed with the significant variables of the best fit model, in order to verify if the significant effect was due to some specific emotion. The results did not indicate significant relationships between parental support and the ability to recognize facial expressions, even analyzing each emotion and parenting styles separately. However, it was found that this ability is significantly related to preadolescents' mental health, sleep quality, image intensity and response time in the computer task. These data are discussed in light of the evidence on the importance of parental support for the development of children and adolescents. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2019 |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215152 |
Date: | 2019 |
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PPSI0837-D.pdf | 3.033Mb |
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