Efeito da adição de algas pardas na dieta para o camarão branco-do-pacífico criado em sistema de bioflocos
Author:
Miranda, Camilla Souza
Abstract:
Será que é possível utilizar algas na ração para camarão?
Pensando nisso nós, pesquisadores do Laboratório de Camarões Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina fizemos um estudo sobre o efeito da adição de algas pardas na dieta para o camarão-branco-do-pacífico criado em sistema de bioflocos
Mas o que é sistema de bioflocos? E algas pardas?
A aquicultura é a ciência que estuda técnicas de cultivo de peixes, camarões, moluscos, algas e outros organismos aquáticos. Atualmente é a área de produção animal que mais cresce, sendo o cultivo de camarão marinho o maior vetor de desenvolvimento de tecnologias. Uma dessas tecnologias é o sistema de bioflocos, permitindo o cultivo em áreas menores, com maior biossegurança e maior densidade de estocagem e ajuda na diminuição do uso de água.
As algas marinhas são comumente classificadas em pardas, vermelhas e verdes. As pardas são geralmente de cor castanha e apresentam maior quantidade de antioxidantes, além de polissacarídeos, vitaminas, proteínas entre outros compostos. Outros estudos mostraram que a suplementação com macroalgas apresentou excelente sobrevivência e desempenho zootécnico nos camarões.
Qual foi o objetivo do trabalho?
O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso combinado da biomassa seca das algas pardas Sargassum filipendula e Undaria pinnatifida como aditivo alimentar para o camarão marinho Litopenaeus vannamei na engorda cultivado em sistema de bioflocos, nos parâmetros zootécnicos, resistência ao choque térmico e microbiota bacteriana intestinal.
Como e onde foi realizado?
O experimento foi realizado no Laboratório de Camarões Marinhos da UFSC, localizado na Barra da Lagoa. A macroalga Sargassum filipendula foi coletada na praia Sambaqui durante mês de abril de 2019 e transportada para a Seção de Macroalgas do Laboratório. Já a biomassa seca de U. pinnatifida foi cedida por uma empresa da Argentina. Foram utilizados camarões marinhos Litopenaeus vannamei. As dietas foram formuladas baseada nas recomendações e exigências nutricionais da espécie com concentrações diferentes: : i) 1S:2U: 1% de Sargassum filipendula e 2% de Undaria pinnatifida; ii) 1S:4U: 1% de Sargassum filipendula e 4% de Undaria pinnatifida; e iii) Controle: sem suplementação com macroalgas.
O que foi possível concluir?
Foi possível observar que o uso combinado da biomassa seca das macroalgas S. filipendula e U. pinnatifida inseridas na ração do camarão Litopenaeus vannamei, apresenta potencial benéfico mesmo quando cultivos em sistema de bioflocos. A inserção de 1S:2U e 1S:4U podem reduzir a concentração de vibrionáceas no trato intestinal e a adição de 1S:2U das respectivas algas pode aumentar a sobrevivência dos camarões após estresse térmico, sem prejudicar os parâmetros de qualidade de água e índices zootécnicos dos camarões.
Description:
Divulgação Científica para a Comunidade
Universidade Federal de Santa Catarina