Prevalência de Estresse Ocupacional em Cirurgiões-Dentistas: uma Revisão Sistemática e Meta-Análise

Abstract

Objetivo: Cirurgiões-dentistas estão expostos à fatores de risco para estresse ocupacional que podem estar relacionados à uma alta prevalência entre esses profissionais. Neste sentido, este trabalho buscou responder uma pergunta central através de uma revisão sistemática: Qual a prevalência de estresse ocupacional em cirurgiões- dentistas? Métodos: Dois revisores pesquisaram em quatro bases de dados principais (PubMed, LILACS, Web of Science and Scopus) e três bases de literatura cinzenta (Google Scholar, ProQuest e OpenGrey). Os artigos foram coletados atendendo o critério de inclusão: estudos sobre a prevalência de estresse ocupacional em cirurgiões-dentistas. Não foram feitas restrições quanto ao ano da publicação. Estudos não escritos no alfabeto latino (romano) foram excluídos. Usou-se o Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Checklist for Studies Reporting Prevalence Data para avaliar o risco de viés. Resultados: Dos 1493 artigos, 25 preencheram os critérios de inclusão para a análise qualitativa. Dez deles tiveram alto risco de viés, 7 tiveram moderado risco e 8 tiveram baixo risco de viés, de acordo com o checklist do Joanna Briggs Institute. A meta- análise foi conduzida com 25 estudos, com o programa R versão 3.5.1. Foi gerado o dado de prevalência geral e 3 subgrupos foram feitos: localização geográfica (continentes), risco de viés e um terceiro separando os estudos publicados antes e depois de 2010. Conclusão: Dentro das limitações dos estudos incluídos e das baixas evidências encontradas, a prevalência global de estresse ocupacional em dentistas foi de 56,6% (intervalo de confiança 43,9-68,9%). Nossos resultados indicam que o estresse ocupacional é altamente prevalente entre os dentistas, mas a baixa qualidade das evidências encontradas requer cautela no uso desses dados e exige mais estudos primários. Acreditamos na importância do autocuidado profissional, adoção de boas práticas nos sistemas de saúde e participação da sociedade nas soluções para o problema.

Background: Dentists are exposed to occupational stress risk factors that may be causing a high prevalence among these professionals. In this sense, this work sought to answer a central question through a systematic review: What is the prevalence of occupational stress in dentists? Methods: Two reviewers collected articles that met the inclusion criteria: studies that appraise the prevalence of occupational stress in dentists. Four main databases (PubMed, LILACS, Web of Science and Scopus) and three databases of gray literature (Google Scholar, ProQuest and OpenGrey) were searched. There were no restrictions on the year of publication or language. The Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Checklist for Studies Reporting Prevalence Data was then used to assess the risk of bias. Results: Of the 1493 articles, 25 met the inclusion criteria for qualitative analysis. Ten of them had a high risk of bias, 7 had a moderate risk and 8 had a low risk of bias, according to the Joanna Briggs Institute checklist. The meta-analysis was conducted with 25 studies, with R Statistics software version 3.5.1. Overall prevalence data was generated and divided in 3 subgroups: geographic location (continents), risk of bias and a third separating studies published before and after 2010. Conclusion: The overall prevalence of occupational stress in dentists was 56.6% . Our results are an indication that occupational stress is highly prevalent among dentists. The low quality of evidence found requires caution in the use of this data and requires more primary data. We believe in the importance of professional self-care, the adoption of good practices in health systems and the participation of society in solutions to the problem.