Abstract:
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Il Mare come Materiale é um poema de Giorgio Caproni, presente na coletânea Il Conte di Kevenhüller (1986) e é dedicado ao escultor Mario Ceroli. Escrito na "fase final" do poeta, este é um poema cujos versos se movimentam no branco da página: no início, temos um mar calmo... reticente.... Que então vai se agitando, e ocupando a página com seu movimento, quebrando os versos, encadeando as frases; o movimento se dá também pela constante ação, exposta pelos verbos que, por vezes, se repetem: scolpire, scolpire, filarne, fissarne — e aqui podemos ainda destacar a partícula partitiva "ne", como se, de fato, fosse possível separar um pedaço de mar, reinventá-lo, reformulá-lo, transferi-lo para um verso numa página em branco, ou para um pedaço de madeira numa escultura; como se o mar pudesse ser reinventado —, lignificare, scolpire, e por fim, dire. Um movimento que cessa (no poema, reticente) no limite do impossível: a (re)invenção do mar enquanto novo material, poético e artístico. O mar enquanto palavra, enquanto peça de madeira ou vidro, moldáveis. |