Integração econômica do Brasil ao mercosul: uma análise dos fluxos de comércio internacional 2008-2018.

Abstract

A institucionalização do bloco econômico Mercosul viabilizou a possibilidade do aumento no fluxo de comércio entre os Estados-parte. Ainda assim, há uma percepção de que o bloco econômico não atingiu seu potencial no campo da integração econômica. Esta pesquisa analisa os fluxos de comércio internacional do Brasil com Argentina, Paraguai, Uruguai e seus correspondentes agregados, no período de 2008 – 2018, com objetivo de identificar o grau de integração econômica do Brasil no Mercosul. Para tanto, estimou-se quatro indicadores econômicos a fim de identificar a ocorrência de mudança estrutural no padrão das exportações, conhecer o padrão de especialização comercial (comércio intraindustrial e comércio interindustrial), e desvelar as vantagens comparativas existente nessas relações comerciais. A utilização de medidas de estatística descritiva possibilitou uma melhor compreensão das relações comerciais do Brasil no Mercosul. Os resultados apontam uma maior integração produtiva entre industrias de setores que produzem bens com um maior nível de complexidade na produção, a exemplo da indústria de produtos farmacêuticos e farmacológicos, de produtos químicos e seus derivados e a indústria automobilística, reflexo dos acordos de cooperação e coordenação firmados ao longo da história. Ainda assim, de modo geral, o fluxo de comércio do Brasil no Mercosul mostrasse relativamente baixo frente ao comércio exterior total do Brasil. E a tendência observada no transcurso de 2008 a 2018, foi de contração no comércio e desintegração econômica. A heterogeneidade no nível de desenvolvimento das economias que compõe o bloco, assim como, a assimetria na informação entre os agentes envolvidos, aparecem como o desafio a ser superado, para que os benefícios gerados pela integração econômica sejam mais evidentes no desenvolvimento desses países.