Eficiência de extratos etanólicos de plantas aquáticas no controle da antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.)

Abstract

O presente trabalho avaliou a eficiência de extratos etanólicos de Spirodela sp., Landoltia sp., Lemna sp. e Azolla sp. sobre o desenvolvimento de Colletotrichum lindemuthianum, severidade da antracnose e crescimento de plântulas de feijão (Phaseolus vulgaris L.). Para tal, a biomassa foi obtida de plantas aquáticas cultivadas em condições nutricionais controladas e seus compostos foram extraídos com etanol na relação 3,5 g peso seco/100 mL1. Os extratos foram testados in vitro, avaliando a influência sobre o crescimento micelial, germinação de conídio, formação e melanização dos apressórios de C. lindemuthianum. Para a avaliação do efeito local e sistêmico, plantas de P. vulgaris cv. Uirapuru foram tratadas 3 dias antes da inoculação, com água destilada estéril ou extratos das plantas aquáticas (50 mg.mL1), com posterior inoculação dessas plantas com uma suspensão de C. lindemuthianum. A severidade foi avaliada no primeiro e segundo trifólio aos 7 e 12 DAI. Para avaliar o efeito bioestimulante, sementes de feijoeiro foram embebidas nos extratos por 4 horas, semeadas em papel Germitest e acondicionadas por nove dias. Todos os extratos reduziram o crescimento micelial, assim como a porcentagem de conídios germinados, a formação e a melanização dos apressórios. Os extratos de Landoltia sp. e Azolla sp. reduziram em até 76% o crescimento micelial, enquanto o extrato de Spirodela sp. inibiu melanização do apressório de C. lindemuthianum. Na avaliação do efeito local, o extrato de Landoltia sp. reduziu em 36 % a severidade da antracnose aos 7 DAI, enquanto que o extrato de Azolla sp mostrou uma redução de 16 % aos 12 DAI. Já na avaliação do efeito sistêmico, a Lemna sp. reduziu em 43% a severidade aos 7 DAI. Por fim, quando avaliado o efeito bioestimulante, os extratos de Spirodela sp. e Landoltia sp. estimularam o crescimento das plantas e o incremento de matéria seca.

Abstract: The present work evaluated the efficiency of ethanolic extracts of Spirodela sp., Landoltia sp., Lemna sp. and Azolla sp. on the development of Colletotrichum lindemuthianum, severity of anthracnose and growth of bean (Phaseolus vulgaris L.) seedlings. For this, biomass was obtained from aquatic plants grown under controlled nutritional conditions and their compounds were extracted with ethanol in the ratio 3.5 g dry weight / 100 mL-1. The extracts were tested in vitro, evaluating the influence on mycelial growth, germination of conidia, formation and melanization of appressoria of C. lindemuthianum. For the evaluation of local and systemic effect, plants of P. vulgaris cv. Uirapuru were treated 3 days before inoculation with sterile distilled water or extracts from aquatic plants (50 mg.mL-1), with subsequent inoculation of these plants with a suspension of C. lindemuthianum. The severity was evaluated in the first and second trefoliate leaf at 7 and 12 DAI. To evaluate the biostimulating effect, bean seeds were soaked in the extracts for 4 hours, seeded in Germitest paper and conditioned for nine days. All the extracts reduced the mycelial growth, as well as the percentage of germinated conidia, the formation and melanization of apressories. The extracts of Landoltia sp. and Azolla sp. reduced mycelial growth by up to 76%, while Spirodela sp. inhibition of C. lindemuthianum appressory melanization. In the evaluation of the local effect, the extract of Landoltia sp. reduced the severity of anthracnose by 36% at 7 DAI, while Azolla sp. extract showed a 16% reduction at 12 DAI. In the evaluation of the systemic effect, Lemna sp. reduced severity by 43% at 7 DAI. Finally, when evaluated the biostimulating effect, the extracts of Spirodela sp. and Landoltia sp. stimulated plant growth and increased dry matter.