Regeneração natural de floresta secundária da mata atlântica manejada para produção de madeira

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Regeneração natural de floresta secundária da mata atlântica manejada para produção de madeira

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Title: Regeneração natural de floresta secundária da mata atlântica manejada para produção de madeira
Author: Piazza, Geferson Elias
Abstract: A Mata Atlântica brasileira é excepcionalmente rica em biodiversidade e apresenta enorme potencial para contribuir para o desenvolvimento sustentável. Entretanto, a floresta é pouco valorizada e outros usos da terra são mais atrativos. Assim, a estratégia de conservação pelo uso, muito utilizada em outros países do hemisfério norte e também da América tropical ainda não é adotada na nossa região. Em Santa Catarina, a Mata Atlântica é composta de mosaicos florestais, sendo que 95% são florestas secundárias em diferentes estágios de sucessão, principalmente originadas de área abandonadas após uso agrícola ou pastoril. Apesar de abrigarem grande número de espécies produtoras de madeira de boa qualidade, essas florestas permanecem invisíveis do ponto de vista da geração de renda. A partir de 30 anos após o início da sucessão, as florestas secundárias podem apresentar denso dossel, formado principalmente por espécies secundárias tardias produtoras de madeira, maduras para colheita e com bom valor de mercado na região. Na perspectiva do manejo dessas florestas, entretanto, grande atenção deve ser dada à regeneração das espécies de interesse após a colheita das árvores maduras. Apesar de haver vários estudos sobre a regeneração de florestas secundárias da Mata Atlântica, praticamente todos eles são baseados em florestas não manejadas. Há, por isso, escassez de estudos sobre a regeneração natural das florestas secundárias com ênfase na dinâmica fitossociológica desses ecossistemas após o seu manejo para colheita de madeira. Assim, neste estudo, meu objetivo era compreender a dinâmica da regeneração natural de uma floresta secundária em estágio avançado de regeneração, manejada para produção de madeiras. O estudo foi realizado em uma floresta de 42 hectares localizada no município de Guaramirim-SC, coberta por floresta secundária com cerca de 38 anos. Os dados foram coletados em 15 parcelas permanentes de 60 metros x 60 metros (40x40m de área útil). Após inventário inicial das parcelas, foi realizada colheita de madeira equivalente a uma redução de área basal entre 0% a 60%. Novo inventário foi realizado 18 e 30 meses após o manejo. Foram identificados e medidos todos os indivíduos com DAP = 5 cm. Em cada parcela, todos os regenerantes (DAP < 5 cm e altura = 1,3 m) foram identificados e medidos em quatro faixas de 40 metros x 2 metros. Foram calculados parâmetros para variáveis da estrutura e diversidade da floresta, bem como analisadas as correlações entre essas variáveis e a intensidade de colheita. Foram encontradas 262 espécies, 93 delas exclusivas da categoria regenerantes, 82 exclusivas de adultos e 87 compartilhadas entre as duas categorias. Dentre os regenerantes, 34 (20%) espécies e 690 (13%) indivíduos são produtores de madeira com valor comercial, com densidade média de 5,358 mil indivíduos por hectare. Desses, 53 (31%) pertencem a espécies secundárias. A densidade total, a mortalidade e o ingresso de regenerantes aumentaram proporcionalmente à intensidade de redução da área basal da floresta. O grupo ecológico das espécies secundárias foi predominante nas áreas de floresta sem manejo ou com manejo de baixa intensidade, enquanto as pioneiras predominaram nas áreas com maior intensidade de manejo. A densidade de regenerantes (689/ha) de espécies produtoras de madeira sugere que há suficiente número para repor árvores colhidas numa floresta manejada. O mosaico de florestas com diferentes áreas basais resultante do manejo promoveu grande diversidade de ambientes e de espécies, o que sugere que florestas manejadas podem abrigar grande biodiversidade.Abstract : The Brazilian Atlantic Forest is exceptionally rich in biodiversity and has enormous potential to contribute to regional sustainable development. However, the forest is poorly valued and other land uses are more attractive. Thus, the strategy of conservation by the use, much used in other countries of the northern hemisphere and also of tropical America is still not adopted in our region. In Santa Catarina State, the Atlantic Forest is composed of a mosaic of forest, 95% of which formed by secondary forests in different stages of succession, mainly originating from abandoned areas after agricultural or pastoral use. Despite harboring a large numbers of good quality timber producing species, these forests remain invisible from the point of view of income generation. At the age of 30 years from the beginning of the succession, secondary forests may have a dense canopy, consisting mainly of late secondary timber producing species, ready for harvesting and with good market value in the region. In the perspective of the management of these forests, however, great attention should be given to the regeneration of the species of interest after the harvest of the mature trees. Although there are several studies on the regeneration of secondary forests of the Atlantic Forest, almost all of them are based on unmanaged forests. There is, therefore, scarcity of studies on the natural regeneration of secondary forests with emphasis on the phytosociological dynamics of these ecosystems after their management. Thus, in this study, my objective was to understand the dynamics of the natural regeneration of a secondary forest in an advanced stage of regeneration, managed for timber production. The study was carried out in a 42-hectare forest located in the municipality of Guaramirim-SC, covered by secondary forest, 38 years of age. The data were collected in 15 permanent plots of 60 meters x 60 meters (40x40m of core area). After initial inventory of the plots, a timber harvest equivalent to a basal area reduction between 0% and 60% was performed. New inventory was done 18 and 30 months after the harvesting. All individuals with DBH = 5 cm were identified and measured. In each plot, all regenerants (DAP <5 cm and height = 1.3 m) were identified and measured in four 40 meters x 2 meters strips. Parameters were calculated for variables of forest structure and diversity, as well as the correlation between these variables and the harvest intensity. A total of 262 species were found, 93 of them exclusive of the regenerating category, 82 exclusive of adults and 87 shared between the two categories. Among the regenerants, 34 (20%) species and 690 (13%) individuals are producers of timber with commercial value, with an average density of 5,358 individuals per hectare. Among them, 53 (31%) belong to secondary species. The total density, mortality and ingrowth of regenerants increased proportionally to the intensity of reduction of the basal area of the forest. The ecological group of secondary species was predominant in the areas of unmanaged forest or forest with low harvest intensity, while the pioneer species dominated in the areas with higher intensity of management. The density of regenerants (689 individuals/ha) of timber producing species suggests that there is sufficient number to replace the trees harvested in a managed forest. The mosaic of forests with different basal area resulting from the management promoted a great diversity of environments and species, which suggests that managed forests can harbor a great biodiversity.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2018.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/205937
Date: 2018


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