Políticas de visitação aberta em terapia intensiva: influência no processo de trabalho e a percepção da equipe multidisciplinar, pacientes e familiares

Abstract

Estudo qualitativo, de abordagem exploratória e descritiva. Os objetivos foram: analisar a influência da política de visitação aberta no processo de trabalho da equipe multidisciplinar em uma UTI; descrever o processo de trabalho da equipe multidisciplinar de uma UTI com políticas de visitação aberta; conhecer a percepção da equipe multidisciplinar sobre a política de visitação aberta; conhecer a percepção do paciente e do familiar sobre a política de visitação aberta. A coleta de dados ocorreu no período de maio a julho de 2018, por meio da entrevista semiestruturada com a equipe multiprofissional da UTI de um Hospital Filantrópico de um munícipio localizado na região meio oeste do Estado de Santa Catarina; familiares e pacientes que passaram pelo processo de internação na referida UTI. Foram 65 participantes, sendo 31 profissionais, 17 familiares e 17 pacientes. A análise dos dados pautou-se na Análise de Conteúdo de Bardin. Os dados foram organizados com o auxílio do software Atlas.ti 7.5.6 (Qualitative Research and Solutions). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa via Plataforma Brasil. Os resultados foram organizados em três manuscritos. O primeiro manuscrito intitulado: Análise das políticas de visitação aberta nas unidades de terapia intensiva: revisão integrativa contempla as vantagens e desvantagens elencadas na literatura, bem como quais os países que possuem essa prática. O segundo manuscrito intitulado: Política de visitação aberta na UTI: percepção da equipe multidisciplinar e a percepção dos pacientes e familiares. Retrata que na percepção dos pacientes e familiares só existem vantagens enquanto na percepção da equipe multidisciplinar as vantagens são elencadas, porém existem desvantagens. É um contexto que demonstra que a equipe tem ciência de que a visita é benéfica e auxilia os pacientes na recuperação, mas ao mesmo tempo essa política exige um empenho maior da equipe em relação à comunicação e a participação dos familiares em seu ambiente de trabalho. E o terceiro manuscrito: Política de visitação aberta na UTI e a influência no processo de trabalho da equipe multidisciplinar. Essa discussão pauta-se na finalidade do processo de trabalho, demonstrando que altera o processo de trabalho da equipe multidisciplinar, exigindo maior força de trabalho da equipe, ou seja, mais habilidades pessoais para interagir com familiares e pacientes. Contudo, torna o trabalho mais humanizado e proporciona maior interação com os familiares, incluindo-os no processo de recuperação dos pacientes críticos, objetivando o cuidado ético e de qualidade. Este estudo fornece subsídios aos profissionais de terapia intensiva que desejam humanizar o seu processo de trabalho através da implantação da política de visitação aberta, contribuindo com orientações nas falas dos familiares, pacientes e a própria equipe das necessidades de mudanças e readequações na estrutura física e funcional da terapia intensiva.

Abstract : Qualitative study, exploratory and descriptive. The aims were: to analyze the influence of the policy of open visitation in the work process of the multidisciplinary team in an ICU; describe the work process of the multidisciplinary team of an ICU with open visitation policies; know the perception of the multidisciplinary team about the policy of open visitation; know the patient's and the family's perception about the policy of open visitation. The data collection took place from May to July 2018, through a semi-structured interview with the multiprofessional team that compose the professional staff of an ICU of a Philanthropic Hospital in a city located in the midwest region of the State of Santa Catarina; relatives and patients who have undergone hospitalization at the referred ICU. The final sample, intentionally selected, consisted of 65 participants, 31 professionals, 17 familiars and 17 patients. Data analysis was based on the Bardin Content Analysis and the data were organized using Atlas.ti 7.5.6 (Qualitative Researchand Solutions) software. Project approved by the Research Ethics Committee via Plataforma Brasil. The results were organized in three manuscripts. The first manuscript entitled: Analysis of open visitation policies in intensive care units: integrative review. It presents what has been discussed in the world literature on policies of open visitation in the ICUs, on advantages and disadvantages elected in the literature, as well as which countries have this practice. The second manuscript entitled: Open ICU Visitation Policy: Perception of the multidisciplinary team and the perception of patients and their families. It was observed that in the perception of the patients and relatives there are only advantages while in the perception of the multidisciplinary team the advantages are listed, however there are disadvantages. It is a context that demonstrates that the team is aware that the visit is beneficial and helps patients recover, but at the same time, this policy requires a greater commitment of the team in relation to the communication and participation of family members in their work environment. And the third manuscript: Open visitation policy in the ICU and influence in the work process of the multidisciplinary team. This discussion is based on the purpose of the work process, demonstrating that it changes the work process of the multidisciplinary team, requiring a greater workforce of the team, that is, more personal skills to interact with family and patients. However, it makes the work more humanized and provides greater interaction with family members, including them in the process of recovering critical patients, aiming for ethical and quality care. This work provides support to intensive care professionals who wish to humanize their work process through the implementation of the policy of open visitation, contributing with orientations in the speeches of relatives, patients and the staff itself of the needs of changes and adjustments in the physical and functional structure of intensive care.