Abstract:
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A década de 1930, no Brasil, foi o nascedouro de correntes ideológicas propositoras de inovações e contraposição aos antigos modelos governamentais impostos pelas tradicionais oligarquias que comandavam o país, surgidas ao sabor de uma efervescência política aos moldes do cenário mundial contemporâneo, já dividido em posicionamentos de esquerda e direita no espectro político.
A denominada Ação Integralista Brasileira (AIB) foi fundada nesse contexto e atuou, entre 1932 e 1937, defendendo, entre outros princípios, um “Estado Integral”, conservador, ultranacionalista e totalitário, além de exibir um rígido propósito espiritualista cristão, a partir do que pareceu se tratar de uma pessoal contribuição do mais proeminente de seus fundadores, Plínio Salgado.
Situando-se na vertente política de extrema direita, foi muitíssimo comparada aos regimes europeus do fascismo e do nazismo e sofreu implacáveis críticas da oposição, relacionadas, especialmente, às inúmeras semelhanças que mostrava (ideologia, atuação, simbolismos etc.), assim como às manifestações oficiais divulgadas pelo movimento, em que se declarava admiradora daqueles modelos estadistas radicais ou neles inspirada.
Mesmo diante das posturas polêmicas que adotou, a corrente angariou uma significativa adesão eleitoral com a criação do Partido Integralista, além de simpatizantes e militâncias. Ela ficou de um lado aprovada justamente pelo seu confirmado extremismo político e de outro, desvalorizada pelas acusações de ser uma caricatura fascista sem genuinidade.
Assim, simultaneamente aclamada e rebatida, a AIB se transfigurou numa organização reativa e menos articulada, porta-voz de divergentes discursos e destoadas publicações partidárias de seus representantes, incluindo o próprio categórico Plínio Salgado, em nada mostrando sintonia com a aparente solidez de suas bases ideológicas.
No cerne dessa questão, chega-se a aspectos da consolidação inconclusiva do movimento, atribuindo-se ao integralismo brasileiro uma conduta contraditória perante o fascismo, demonstrada pelo foco catarinense oportunamente destacado. |