Abstract:
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Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA)
estima-se que o Brasil possua cerca de 12% da
disponibilidade de água doce do planeta, isso nos leva
para a significância que os recursos hídricos possuem
no país. A sua importância é histórica se manifestando
através da criação dos núcleos urbanos em torno das
águas superficiais, vindo a ser utilizados dessa maneira
de modo estratégico, uma vez que se pretendia facilitar
o abastecimento de água por toda a cidade para higiene,
nas atividades extrativistas, agrícolas, artesanais e
locomoção que com isso desenvolvia o comércio e
criava relações únicas com o território.
Os corpos d’água passaram a sofrer
inexoravelmente e frequentemente de forma dramática,
os impactos hidrológicos e ambientais do crescimento
urbano, ao mesmo tempo que perderam, gradativamente,
seu papel como elemento da paisagem. (Baptista &
Cardoso, 2013)
Com o grande avanço de desenvolvimento no
país ocorrido na década de 50 as cidades brasileiras
começaram a crescer, e convivendo com o período
desenvolvimentista estão inseridos os rios, córregos
e lagos, que num primeiro momento são canalizados,
encobertos ou não são levados em consideração,
sobrecarregando-os com a poluição proveniente do
descaso do poder público através da não preocupação
com o saneamento, não conscientização e perda de
relações da população com a água urbana, resultando
em problemas inerentes a tal período e que favoreceram
a alienação dos rios, principalmente de córregos.
Atualmente os rios e córregos possuem caráter
desagradável perante os moradores dos núcleos
urbanos que os abrigam, uma vez que o mau cheiro,
as inundações e a água turva não oferecem estímulos
para apropriação do espaço fazendo com que a cidade
dê as costas para os rios e interpretam os córregos
como “esgoto”.
Com isto em mente, o presente trabalho pretende
criar estratégias de recuperação e reintegração do Rio
Camboriú através de parque linear ecológico, rio este
que hoje sofre com constante poluição, segregação e
privatização de suas margens, numa tentativa de trazer
um novo olhar da população e do poder público sobre
os recursos hídricos disponíveis nas nossas cidades. |