Educação infantil do e no campo: um estudo sobre a oferta a demanda e os efeitos da nucleação para as crianças e famílias residentes nos Assentamentos Rurais da Reforma Agrária em Rio Negrinho – SC

Abstract

A presente pesquisa intitulada: EDUCAÇÃO INFANTIL DO E NO CAMPO: um estudo sobre a oferta a demanda e os efeitos da nucleação para as crianças e famílias residentes nos Assentamentos Rurais da Reforma Agrária em Rio Negrinho – SC tinha como propósito a realização de uma investigação acerca de aspectos relevantes sobre a frequência para a faixa etária dos 0 aos 3 anos, nos assentamentos da Reforma Agrária no município de Rio Negrinho –Santa Catarina, buscando compreender porque e o que faz com que as crianças residentes nos espaços rurais possuam menor acesso à Educação Infantil do que as crianças que residem na área urbana. As bases metodológicas desta pesquisa são qualitativas, procurando compreender principalmente os processos vivenciados pelas famílias, quanto ao cuidado e as interações de seus filhos pequenos, utilizando para isso uma amostragem de dez famílias dos assentamentos Butiá e Edson Soibert localizados no Distrito de Volta Grande, interior do município de Rio Negrinho. Para aferir os dados relevantes sobre as percepções que as famílias possuem sobre a importância das crianças pequenas possuírem acesso à escolas de Educação Infantil foram rea-lizadas entrevistas semiestruturadas, todas respondidas pelas mães, dando embasamento para a discussão de aspectos referentes à Educação Infantil em áreas rurais e as políticas públicas des-tinadas às crianças de 0 aos 5 anos, residentes nestas áreas, ampliando assim a visibilidade dos direitos para a referida faixa etária. Com base nos aportes teóricos sobre as características do atendimento educacional para as escolas do campo abordam-se as políticas de nucleação e os principais impactos por ela causados, os quais respaldaram as reflexões e interpretações para os dados coletados entre as famílias sobre a importância dada pelas famílias para a Educação Infantil nos assentamentos Butiá e Edson Soibert permitindo o entendimento de que existe o reconhecimento pelas comunidades que a creche é o lugar apropriado para a educação e o cui-dado das crianças pequenas, especialmente dos 0 aos 3 anos, além disso têm-se a percepção que a existência de uma creche neste espaço ofereceria as crianças pequenas um local para que os pequenos pudessem estabelecer suas interações, além de apresentar-se como um local apropri-ado para permanência das crianças enquanto seus familiares trabalham, sem a culpa de subme-ter seus filhos, ainda muito pequenos ao ônus do sofrimento. Conclui-se com este estudo que a dívida brasileira com as crianças pequenas do campo é enorme, e que apesar da garantia após a Constituição Federal de 1988, prevendo a responsabilidade da família, da sociedade e do Estado assegurar com absoluta prioridade a Educação, direito reafirmado pelos compromissos da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, no início dos anos 2000, com a qualidade da oferta e a valoriza-ção da diversidade na Educação Infantil, porém a situação encontrada entre as crianças residen-tes ainda é precária