Abstract:
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A utilização de fertilizantes químicos e o manejo incorreto dos rejeitos de mineração são duas problemáticas que estão presentes a muito tempo em nossa sociedade. A utilização do pó-de-rocha como um remineralizador natural do solo pode ser uma solução para tais problemas. A partir da Lei brasileira 12.890 de 10/12/2013 alguns produtos podem ser considerados remineralizadores e passam a ser reconhecidos como uma categoria de insumo agrícola. Porém, não há definição de critérios de qualidade destes materiais quanto ao seu potencial de liberação de nutrientes às plantas. O objetivo deste trabalho foi a caracterização química, mineralógica e do potencial de liberação de nutrientes do varvito, rocha sedimentar pertencente a Formação Taciba, Bacia do Paraná, que é explotado no município de Trombudo Central, SC. Foram identificadas 3 unidades compostas por 11 litofácies. As amostras coletadas foram identificadas, e separadas, sendo uma parte encaminhada para a confecção de lâminas e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV); e a outra foi moída e destinada para a realização de análise de fluorescência de raios X (FRX) e Difração de Raios-X (DRX). Para avaliar seu enquadramento como remineralizador de solos, foi realizado o experimento de avaliação da solubilidade dos minerais presentes na rocha. Para este fim, foi utilizado como amostra o pó-de-rocha já comercializado pela Mineração Castelinho, sendo usados os extratores água destilada, ácido cítrico (0,02 mol L-1), ácido acético (0,02 mol L-1) e ácido oxálico (0,02 mol L-1). A solubilidade do pó-de-rocha foi testada em 6 (seis) tempos de contato com os extratores, sendo 1,0; 2,0; 4,0; 8,0; 16 e 32 horas. Porém, para este trabalho somente foram utilizados os resultados obtidos com o tempo de 8,0 horas. A rocha apresenta estruturas e elementos característicos do seu ambiente deposicional, como a presença de extraclastos entre as camadas, evidenciando assim o depósito com a influência de icebergs. Os minerais constituintes identificados pelos métodos analíticos foram: quartzo, microclínio, muscovita, clinocloro, plagioclásio, pirita, turmalina e zircão. Já com relação aos óxidos maiores, destaca-se a presença, em média, de até 2 % de cálcio, 2,8 % de magnésio e 2 % de potássio, elementos esses essenciais para a nutrição vegetal. Com relação a extração, os ácidos que apresentaram melhores resultados foram o oxálico e o acético, e a rocha apresentou resultados satisfatórios com relação aos elementos que foram liberados para o meio, com destaque para o cálcio e magnésio. Dessa maneira é possível e recomendável a utilização do varvito como um agromineral nas culturas próximas a região de extração dessa rocha, porém sugere-se testes de eficiência agronômica para então confirmar a eficiência do mesmo. |