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A região serrana do Estado do Rio de Janeiro é afetada pela falta de saneamento básico, o que acarreta em descargas de efluentes domésticos e industriais e consequentemente favorecendo o processo de eutrofização dos rios. Neste ambiente propício ao acúmulo de nutrientes, as macrófitas aquáticas se desenvolvem aceleradamente apresentando uma elevada capacidade de assimilar e estocar nutrientes, como fósforo e nitrogênio. Fatores como estes trazem à tona a importância do ponto de vista econômico e ecológico das macrófitas aquáticas. Este estudo procurou analisar a dinâmica de ocorrência de macrófitas aquáticas no ambiente do reservatório da PCH Santa Rosa II (Bom Jardim/RJ), entre 2017 e 2019. Esta análise foi realizada com o uso de técnicas de interpretação de imagens de média resolução para o cálculo do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) obtida através do sensor MSI-Sentinel-2, gerando imagens com possibilidade de identificação de macrófitas em estado de senescência e em pleno vigor na produção de clorofila e avaliação de suas relações com o Índice de Estado Trófico (IET), além da validação com observações registradas em relatório e disponibilizadas aos órgãos ambientais para acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental (PGA). O intervalo entre 0,40<NDVI<0,80 mostrou-se bem definido, sobretudo para a presença marcante da macrófita Salvinia auriculata. Foram identificados, também através do sensoriamento remoto, a presença da biomassa de macrófitas flutuantes em dois momentos distintos, marcados pelos períodos de chuva ou seca, obtendo no primeiro semestre 13,19 ha; 6,57 ha; 14,37 ha, para os meses de março de 2017, 2018 e 2019, respectivamente, e para o segundo semestre 42,15 ha; 23,9 ha; 19,12 ha para os meses de setembro de 2017, 2018 e agosto de 2019, respectivamente. O IET retornou com classificação do corpo d’água do reservatório em estado de hipereutrofia, justificada na alta concentração observada para o parâmetro fósforo total. A alta densidade de macrófitas no reservatório (3.749 gPS/m² em 2018) e o grande volume de biomassa removida mecanicamente, aliada a ausência de aproveitamento deste material, abrem caminho para diferentes alternativas ao atual plano de manejo de macrófitas aquáticas. Diferentes soluções poderiam ser empregadas na região para valorização deste material vegetal rico em matéria orgânica, como ingrediente de ração animal, fertilizante orgânico, biocombustível, entre outros usos. |
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