Abstract:
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Introdução: O diabetes mellitus gestacional (DMG) é caracterizado pela intolerância à glicose, distúrbio muito comum na gestação. A prevalência de fatores de risco para o desenvolvimento dessa patologia varia conforme a população estudada, e como esperado, a associação de um ou mais fatores de risco aumenta a dificuldade do controle metabólico das pacientes, levando a desfechos desfavoráveis no binômio mãe-feto.
Objetivo: Caracterizar o perfil das gestantes acompanhadas no serviço de pré-natal de alto risco da maternidade Carmela Dutra através de dados de prevalência.
Métodos: Estudo descritivo do tipo transversal, retrospectivo, que abrange pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus gestacional acompanhadas no pré-natal de alto risco da Maternidade Carmela Dutra entre 2018 e 2019. A análise das prevalências foi feita pela estatística descritiva, os testes de associação foram teste chi-quadrado ou exato de Fisher, V de Cramer. Nível de significância adotado foi p<0,05, com intervalo de confiança de 95%.
Resultados: De acordo com o estudo, 40,3% das pacientes se se enquadravam na faixa etária de risco, 21% eram primigestas. As comorbidades prévias avaliadas foram DMG prévio, SOP e HAS, com prevalência de 10,9%, 2,5% e 31,1%, respectivamente. Foi visto também que a presença de HF de DM em parentes de 1º grau, RN anterior com peso ≥4 kg e POD teve prevalência de 30,3%, 18,1% e 7,4%, respectivamente. Apenas 6,7% apresentavam IMC normal, e 93,3% apresentavam sobrepeso e obesidade. Durante o pré-natal, constatou-se polidrâmnio em 6,7% e 26,9% das gestantes iniciaram o uso de insulina. O ganho de peso excessivo esteve presente em 19,6% das gestantes. A via de parto foi vaginal em 33,7% das gestantes e cirúrgica em 66,3%, com incidência tais desfechos desfavoráveis: pré-eclâmpsia grave em 4,8% gestantes, parto pré-termo em 2,9%, peso elevado em 11,5% e desconforto respiratório em 26% dos nascidos. Dentre as associações, houve significância estatística entre: IMC ≥30 e prevalência de distúrbios hipertensivos, bem como POD e idade ≥35 anos.
Conclusão: As gestantes avaliadas apresentaram altas prevalências de fatores de risco, 68% delas apresentavam dois ou mais fatores de risco para o desenvolvimento de DMG. Houve incidência elevada de desfechos desfavoráveis quando comparados com a população obstétrica geral, como taxas de cesárea e complicações neonatais no recém-nascido.
Palavras-chave: Diabetes mellitus gestacional; Fatores de risco; Desfechos desfavoráveis. |