Abstract:
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A cidade, como urbe, é um conjunto de elementos inter-relacionados. Eles podem ser divididos em sistemas que, de maneira geral, se igualam em importância e necessidade de atenção para que operem adequadamente e componham um todo funcional: a própria cidade. São os denominados sistemas urbanos: abastecimento de água, energia elétrica e comunicação; gerenciamento de esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana; e mobilidade urbana.
O Núcleo Metropolitano de Florianópolis, não tem se mostrado um exemplo positivo do fornecimento desses elementos. Dentre os inúmeros problemas que sua rede de sistemas possui, o presente trabalho tratará da Mobilidade Urbana, que figura entre os mais graves, e que caracteriza parte da solução de outros problemas, como moradia, preservação do meio ambiente, acesso aos espaços de lazer, etc.
A Mobilidade Urbana refere-se à garantia a todas as pessoas do direito de ir e vir dentro da urbe, realizando suas atividades e deslocamentos com segurança e autonomia.
Ao se deslocar pela cidade, uma pessoa possui basicamente dois tipos de necessidade. A primeira, denominada de macroacessibilidade, consiste essencialmente de longos deslocamentos na área urbana. Para atende-la, são construídos os sistemas viários e de transporte público estruturais.
A segunda, corresponde aos acessos e conexões entre espaços, equipamentos e serviços na escala do pedestre, que precisam, necessariamente, ser confortáveis e seguros. Para tal, é necessário que haja um sistema viário e de transportes que privilegie a microacessibilidade, ou seja, com calçadas largas, pontos de parada de embarque e desembarque próximos e redução da velocidade dos veículos.
O conflito é nítido, porque para que funcione bem a função macro são necessárias pistas largas, alta velocidade e sem muitas interferências, enquanto para a micro é necessário reduzir a quantidade e a velocidade dos veículos, privilegiando os pedestres e ciclistas.
O objetivo do presente trabalho consiste na resolução dos conflitos entre as escalas de conexão, que transcende a separação dessas funções em espaços diferentes da cidade, necessitando de um redesenho urbanístico, paisagístico e arquitetônico do espaço, que vise a oferta de qualidade dos deslocamentos das pessoas pela cidade, pelo bairro e pela rua, e fazendo com que as duas escalas de acessibilidade trabalhem juntas, adequando-se uma a outra – sempre priorizando a micro, por tratar do deslocamento elementar, aquele que traz vida à urbe.
Esse desenho será trabalhado em uma estação de transportes intermodal: a de Barreiros. Essa estação se apresentará como um equipamento importante tanto na escala da cidade, já que se trata de um dos principais pontos de transbordo de passageiros; quanto para o bairro – já que fornecerá uma vitalidade significativa para o local.
Pretende-se, então, contribuir para a discussão da mobilidade urbana sustentável da região metropolitana de Florianópolis, por meio da proposição de um sistema de transportes público, que conecte as quatro cidades do Núcleo Metropolitano, baseado no PLAMUS; uma estação de transferência intermodal no bairro de Barreiros que englobe todos os modais apresentados no sistema; e a integração entre ele e a cidade, apresentando a conexão entre a macro e a microacessibilidade. |