Percepções sobre uma urbe texturizada: devaneios em sombras, sobras e dobras no espaço

Abstract

O movimento, na verdade, pode ser uma impressão. A fragmentação do tempo faz com que percebamos os momentos de imobilidade, que apreendidos continuamente causam a ilusão do movimento. Os corpos que se agitam e se mexem o tempo todo na urbe texturizam-na, num eterno jogo de ranhurar as superfícies, que acumulam essas marcas, feitas pelas massas corpóreas que se acumulam e se desmaterializam enquanto parecem se movimentar. Sombras, sobras e dobras acontecem o tempo todo na cidade e dependem da relação corpórea entre corpo cidadão e corpo cidade, numa mistura de massas (corpóreas e edificadas) que ocasiona a impressão de movimentos sobre suas superfícies. Os movimentos dos corpos cidadãos ficam embebidos em tintas, que escorrem e se acumulam no potencial texturizado das paredes, sendo esta uma urbe texturizada.