Abstract:
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O Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral (SAIG/SG), constitui
para a região central e oeste do Estado de Santa Catarina – Brasil,
importante e estratégico recurso hídrico inserido no contexto da Bacia
do Paraná. O seu uso se dá de forma indissociável, uma vez que o
Sistema Aquífero Serra Geral / SASG (rochas ígneas, fraturadas), de uso
imediato pela população local, é interconectado estrutural e
hidraulicamente com o Sistema Aquífero Guarani / SAG (rochas
sedimentares, porosas), constituindo o SAIG/SG. A presente pesquisa
lança luz, através da geomorfologia, estrutural e sistemas de
informações geográficas, como suporte para o entendimento
hidrogeológico do SAIG/SG. Foram elaboradas 13 seções
geomorfológicas para detalhar os patamares geomofoesculturais e
sugerir os limites dos blocos geomorfoestruturais. Os maiores rejeitos de
falha ao longo das seções estão associados as regiões sudeste (seções 04
e 18 – blocos 01, 02 e 03) e oeste do Estado (seção 21 – bloco 11). O
SASG apresentou espessuras variáveis, de oeste para leste da área de
estudo, de respectivamente 1224 até 100 metros. Os blocos 10 e 11,
associados as bacias dos rios Jacutinga e do Peixe, apresentaram
diminuição das espessuras do SASG, sugerindo a possibilidade de maior
vulnerabilidade do SAIG/SG. Os grandes alinhamentos estruturais do
embasamento da bacia do Paraná influenciam na estruturação em blocos
e podem servir como conexão entre o SASG e o SAG. A partir da
interpretação dos patamares geomorfoesculturais, foram estabelecidos
16 blocos geomorfoestruturais em escalas 1:2.000.000, 1:1.000.000,
1:500.000 e 1:250.000, delineados com base na rede de drenagem,
lineamentos que apresentam as direções preferenciais NE e NW e raster
composto. Os blocos geomorfoestruturais serviram de base para
definição de 14 blocos tectônicos hidrogeológicos, para os quais foram
atribuídas cotas absolutas médias do topo da Formação Botucatu (SAG);
estas cotas variam um total de 1851 metros (máxima no sudeste e a
mínima no extremo oeste do Estado). Nestes 14 blocos, as espessuras da
Formação
Serra Geral (SASG) variou desde zero (0) metro (SAG aflorante, nas
regiões mais a leste), até 1132 metros (extremo oeste catarinense).
Foram propostos modelos de evolução geomorfológica e, em conclusão,
uma seção hidrogeológica em que se representa, de leste para oeste da
área de pesquisa, a posição relativa dos blocos hidrogeológicos do
SAIG/SG, permitindo a sua classificação em blocos alçados,
escalonados e abatidos, bem como, suas correlações com a
hidrogeologia. |