Abstract:
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Com o avanço das tecnologias e disseminação das fotografias, tal recurso expandiu-se para todas as especialidades. Essa tecnologia tem tido impacto profundo na Odontologia, principalmente em função da visualização e distribuição imediata de imagens, porém padrões em termos de aquisição e análise de imagens devem ser seguidos, para assim poderem ser comparadas entre si. Em odontologia a associação da fotografia digital com filtro polarizador resultou numa técnica que melhora significativamente a avaliação cromática dental nas especialidades de dentística e prótese. Contudo, muitas aplicações podem ainda ser extrapoladas para demais especialidades, tais com a estomatologia. O objetivo do presente trabalho foi avaliar lesões bucais de mucosa por meio de fotografia polarizada, utilizando protocolo fotográfico eLABor_aid®, e comparando com a fotografia refletida, processada no mesmo software. Foram recrutados 15 pacientes que apresentavam lesões bucais em lábio e/ou mucosa, estas lesões foram fotografadas por pesquisadora treinada e calibrada para a aquisição das imagens, com protocolo adaptado e desenvolvido para esta pesquisa. Todos participantes foram incluídos no estudo após leitura e concordância do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Após obtenção e processamento das imagens, as mesmas foram analisadas e comparadas por 3 avaliadores doutores na área de estomatologia, por meio de questionário online. Em 71,4% das fotografias foi possível distinguir a imagem polarizada; 89,3% apresentaram diferenças entre as imagens refletidas e polarizadas, sendo que esta diferença estava em: 61% dos casos na cor, 14,2% na textura; 14,2% na definição de bordos e 3,5% no brilho. Em 85,8% dos casos foi notada a diferença entre os tons de vermelho e branco na lesão. Quanto à viabilidade de uso clínico 85,7% responderam sim; Se tal protocolo contribuiu para o raciocínio clínico, 96,4% sim; Se utilizariam do recurso para troca de opiniões com colegas, 50% respondeu que sim e 50% não utilizaria. Conclui-se que houve diferença entre os dois protocolos de fotografia das lesões orais, com melhor distinção na identificação de cores no caso das fotografias polarizadas, principalmente, no caso das áreas eritematosas. Ainda, houve diferença na delimitação de bordos e caracterização da textura comparando os dois protocolos. Por fim, houve uma boa aceitação do protocolo proposto entre os profissionais entrevistados, obtendo-se um feedback positivo na avaliação de lesões com miscelânea de cores. O protocolo mostrou-se promissor para uso em consultório odontológico, hospitalar e/ou ambiente de ensino, por profissionais da área da estomatologia. Acredita-se na possibilidade de aplicação da técnica em outros estudos, uma vez que outros resultados podem ser encontrados entre graduandos e demais profissionais da odontologia. |