A criança com Autismo no ensino comum: desafios no processo de inclusão escolar

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo analisar e promover uma discussão acerca das experiências referentes à inclusão nas escolas de ensino comum, de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O debate sobre a escolarização dessas crianças na escola tem colocado em xeque a organização desse espaço, pois a instituição escolar tradicionalmente funciona em uma perspectiva homogeneizadora. Desse modo criança que desacomoda a dinâmica escolar tende a ser excluída nesse espaço. A metodologia para a construção desta pesquisa foi de caráter qualitativo, tendo como principal ação a busca de estudos apresentados nas reuniões da Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Para tanto, analisaram-se os textos disponíveis no site da ANPED relacionados às práticas pedagógicas envolvendo crianças com diagnóstico de TEA. Além disso, minhas experiências como auxiliar em uma turma com criança autista permitiram retomar os desafios da prática docente com crianças que não se enquadram no padrão estabelecido. A análise bibliográfica dos estudos acadêmicos é resultado das Reuniões Anuais da ANPED, especificamente do GT 15, que é o grupo de trabalho da área da Educação Especial. De acordo com os textos analisados, é possível afirmar que há um distanciamento das práticas pedagógicas em relação à inclusão escolar, pouco espaço para discussão sobre o que tem sido entendido como inclusão escolar e quais movimentos são importantes para qualificar esse processo. A frase “eu não fui preparada para isso” torna-se constante no dia a dia do professor, indicando que há uma ideia da necessidade de formação específica para trabalhar com crianças com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) e altas habilidades diferentes da formação pedagógica oferecida nos cursos de licenciatura em Pedagogia. As reflexões apresentadas neste estudo tiveram como intuito problematizar as práticas pedagógicas como indicador de um trabalho que valorize as singularidades de todos os estudantes no ambiente escolar, construindo uma educação que seja democrática, que instigue cada estudante a participar da construção de suas aprendizagens. Com base nas leituras, é possível constatar que os professores consideram a formação inicial muito frágil em relação ao debates e experiências pedagógicas sobre a prática de inclusão, além disso denunciam que há poucos debates dentro da própria escola com colegas para se pensar nas práticas de inclusão.