Necrose pulpar e alteração de cor da coroa em dentes decíduos traumatizados: uma revisão sistemática e meta-análise

Abstract

Objetivo: Verificar se existe associação entre a necrose pulpar e a alteração de cor da coroa em dentes decíduos traumatizados através de uma revisão sistemática e meta-análise. Metodologia: Fez-se uma busca eletrônica nas bases de dados: PubMed, LILACS, Scopus, Web of Science e literatura cinzenta: OpenGrey, Proquest, Banco de teses e dissertações da CAPES e Google Scholar. Foram incluídos estudos observacionais em dentes decíduos traumatizados (P) com (E) e sem necrose pulpar (C) associados a alteração de cor da coroa (O). Foi realizada uma avaliação metodológica da qualidade dos estudos selecionados. A prevalência de alteração de cor da coroa e o número total de dentes com e sem necrose pulpar foram acessados. Foram utilizados modelos de efeitos aleatórios e a heterogeneidade foi testada usando o índice I2 (p=0,05). Resultados: Oito estudos com baixo risco de viés foram incluídos na análise. Um total de 1,494 dentes decíduos traumatizados fizeram parte da meta-análise conjunta. Destes, 1,414 foram avaliados no primeiro subgrupo (diagnóstico da necrose pulpar através de análise clínica e radiográfica), a análise demonstrou associação positiva (p = 0,0005/ OR 8,37 [2,51, 27,90], I2=87%). Em relação a 80 dentes avaliados no segundo subgrupo (diagnóstico de necrose pulpar através do acesso endodôntico), a análise demonstrou ausência de associação (p = 0,36/ OR 2,46 [0,36, 16,94], I2=54%). A meta-análise agrupada mostrou associação positiva (p = 0,0003/ OR 5,93 [2,24, 15,72], I2=83%). Conclusão: Existe uma associação significativa entre a necrose de pulpar diagnosticada através de análise clínica e radiográfica e a alteração de cor da coroa. Os resultados devem ser considerados com cautela uma vez que o diagnóstico de necrose de polpa foi realizado por critérios limitados.

Abstract : Objetive: The study verified if there is an association of pulp necrosis and crown discolouration in traumatized primary teeth through a systematic review and meta-analysis. Methods: A systematic literature search was conducted in PubMed/Medline, Lilacs/BBO, Scopus, Web of Science, Cochrane Library databases, and also in the grey literature. The PECO strategy was used to identify studies in traumatized primary teeth (P) with (E) or without (C) pulpal necrosis and its association with crown discoloration (O). A methodological quality assessment appraisal was conducted. The total number of teeth with and without pulp necrosis and the prevalence of crown discolouration were accessed. Random-effects models were employed, and heterogeneity was tested using the I2 index (p=0.05). Results: Eight studies with low risk of bias, were included in the analysis. A total of 1.494 traumatized primary teeth participated in the pooled meta-analysis. Of these, 1.414 were evaluated in the first subgroup (diagnosis of pulp necrosis through clinical and radiographic analysis) and the analysis demonstrated a positive association (p=0.0005/ OR 8.37 [2.51, 27.90], I2=87%). Regarding 80 teeth in the second subgroup (diagnosis of pulp necrosis through endodontic access), the analysis demonstrated an absence association (p=0.36/ OR 2.46 [0.36, 16.94], I2=54%) The pooled meta-analysis showed a positive association (p=0.0003/ OR 5.93 [2.24, 15.72], I2=83%). Conclusion: There is a significant association between pulp necrosis diagnosed through clinical and radiographic analysis and crown discolouration. The results should be considered with caution once the diagnosis of pulp necrosis was performed by limited criteria.