Abstract:
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As atividades de ensino, pesquisa científica e extensão formam os pilares de uma universidade. No que se refere à experimentação animal, utilizada em práticas de ensino e pesquisa em alguns cursos de graduação e pós-graduação, existem muitas discussões polêmicas relacionadas à ética, aos maus tratos e ao bem-estar animal praticadas por essa atividade. A Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), subordinada às normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), tem como objetivo regularizar e coordenar os procedimentos de criação e utilização de animais em atividades de ensino e de pesquisa. Não se conhece, porém, o real impacto destes órgãos sobre os departamentos da UFSC. Esta pesquisa teve o objetivo de verificar o impacto decorrente da instalação do órgão regulador Concea, sobre o número de animais utilizados em pesquisas e ensino nos departamentos da UFSC. Dados sobre o número de animais utilizados por 14 departamentos da UFSC, antes (1° período: 2005-2010) e depois (2° período: 2011-2015) da implantação do Concea, foram obtidos de relatórios fornecidos pelo Biotério Central da UFSC. Os dados de interesse foram organizados, analisados e descritos e o teste t para amostras pareadas foi aplicado para verificação de significância estatística. Observou-se que as 6 (seis) espécie mais utilizadas nos dois períodos de estudo foram camundongos da linhagem Swiss, ratos das linhagens Wistar e Hooded, pombos da espécie Columba livia, cães da raça Beagle e porquinhos-da-Índia da espécie Cavia porcellus (sendo que não houve registro destes últimos no segundo período de estudo). Observou-se também que, de forma geral, do primeiro ao segundo período de estudo, houve uma ligeira redução no número absoluto de animais utilizados (20,31%) na UFSC, sem, porém, significância estatística entre as médias dos dois períodos de estudo. A variação do número de animais utilizados não se deu de forma uniforme entre os setores da UFSC sendo que em alguns se evidenciou redução de 100% (Centro de Ciências Farmacêuticas e LCME), enquanto outros mostraram aumentos de até 1376,62% (Departamento de Cirurgia). Embora no Departamento de Farmacologia tenha tido uma redução de 40,29%, este foi o setor que mais utilizou animais em ambos os períodos. Conclui-se assim que apesar de que as finalidades e competências da CEUA e do Concea passarem pela diminuição do número de animais utilizados no ensino e na pesquisa, em termos gerais esta redução tem se mostrado bastante tímida na UFSC. |