Qualidade de sono em adultos em Florianópolis: um estudo de base populacional

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Title: Qualidade de sono em adultos em Florianópolis: um estudo de base populacional
Author: Vieira, Simone Aparecida Pereira
Abstract: Introdução: O sono é uma função biológica imperativa cuja boa qualidade e duração são essenciais para a saúde. Apesar de comuns e associadas às diversas morbidades, as desordens do sono são frequentemente subdiagnosticadas. Neste sentido, compreender as percepções da qualidade e duração do sono de uma população pode ser relevante para organizar medidas de diagnóstico e prevenção. Objetivos: Avaliar a qualidade do sono, duração e fatores associados em adultos com idade igual ou superior a 40 anos. Métodos: Neste estudo transversal, de base populacional, uma amostra de adultos com idade = 40 anos, foi aleatoriamente selecionada, em múltiplos estágios, para participar de entrevista domiciliar contendo perguntas estruturadas sobre dados sócio demográficos, tabagismo e diagnóstico médico de morbidades comuns (asma, doenças cardíacas, diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), úlcera/gastrite/refluxo). O diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) foi objetivamente aferido por espirometria. Medidas antropométricas (massa corporal e estatura) foram realizadas para determinar a presença de obesidade. A presença de sintomas de depressão foi determinada pela Hospital Anxiety Depression Scale (HADS = 8). A qualidade do sono foi avaliada pelo Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), índice sobre hábitos de sono, agrupados em sete domínios relacionados à qualidade subjetiva do sono (duração, latência, eficiência habitual do sono, distúrbios do sono, uso de medicamentos e disfunções diurnas). O escore do PSQI varia entre 0 (melhor) e 21 (pior). As variáveis contínuas estão sumarizadas como média e IC de 95% enquanto que as variáveis categóricas estão apresentadas como frequências absolutas e relativas. O teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov foi usado para determinar a normalidade da distribuição das variáveis contínuas. Comparações entre grupos foram calculadas por meio do teste do Chi-quadrado para as variáveis categóricas ou por meio teste T para as variáveis contínuas. A análise da associação entre fatores demográficos e clínicos e um escore do PSQI > 5 foi realizada utilizando a regressão logística binária com estimativa robusta (Modelo Linear Generalizado). A medida de efeito foi a razão de prevalência (RP) com seus respectivos ICs de 95%, devido à alta frequência de escore do PSQI = 5. Todos os testes estatísticos foram bi-caudados e o nível de significância adotado para o tratamento estatístico foi de 5%. Resultados: O PSQI teve resposta de 995 indivíduos e desses 53,8% (n=535) escore = 5,0 (boa qualidade de sono) e 46% (n=460) escores maiores que > 5,0 (qualidade ruim de sono). A maioria eram mulheres [595 (59,8%)], as quais [307 (66,7)] atingiram pontuação maior que > 5,0. 64% dos participantes não responderam o questionário na íntegra (40 mulheres, 62,5%). O escore médio do PSQI e o IC de 95% foram de 6,0 (5,8-6,2). Não foram observados, na presente amostra, efeito chão e teto. O escore do PSQI variou de 1 a 18 pontos. Indivíduos com qualidade ruim do sono tiveram escores significativamente maiores do que aqueles com boa qualidade do sono, em todos os domínios do PSQI. Os escores mais elevados foram os dos domínios latência do sono e disfunção diurna. Com uma média 7,3 (6,1-8,0) horas de sono e ter permanecido 7,7 (7,6-7,8) horas na cama. A eficiência do sono foi 98,2 (86,7-109,7) %. O tempo médio para adormecer foi de 18, 8 (17, 2-20, 3) min. Para qualidade ruim do sono o tempo para adormecer foi o dobro daqueles que perceberam como boa a qualidade do sono, demonstrando que a eficiência do sono foi significativamente menor. 64% dos participantes que perceberam como ruim a qualidade do sono, referiram ter dificuldade para dormir em 30 minutos pelo menos uma vez por semana. 58,5% afirmaram despertar no meio da madrugada pelo menos uma vez por semana. 83,0% e 81,7% dos participantes que perceberam como boa a qualidade do sono, negaram ter dificuldade para dormir em 30 minutos e negaram despertar no meio da madrugada, (p < 0,001). Sentir muito calor foi uma causa relatada de perturbação do sono por participantes com qualidade ruim do sono. A duração do sono foi estatisticamente inferior somente nos indivíduos com sintomas de depressão. A prevalência de percepção de sono ruim (escore PSQI> 5) e respectivas razões de prevalência, os participantes nos relatos de presença de doença cardíaca, HAS, asma, gastrite/úlcera/refluxo, diabetes, sintomas de depressão, obesidade e multimorbidade foram mais propensos a perceber a qualidade de seu sono como ruim. A regressão logística confirma como preditores significantes o sexo feminino, sintomas de depressão, autorrelato de asma ou de gastrite/úlcera/refluxo. Conclusão: A percepção da qualidade do sono e duração em adultos com idade igual ou superior a 40 anos sofre influencias na presença de fatores associados, tais como ser mulher, e indivíduos que apresentam morbidades como depressão, gastrite/úlcera/refluxo, asma ou multimorbidade. Perceber que seu sono é de qualidade ruim esteve presente em praticamente metade dos entrevistados, entendendo que ter qualidade ruim de sono, implica em menor duração e eficiência do sono, precisando de mais tempo para adormecer. A duração do sono foi significativamente afetada pela presença de sintomas depressão e pelo relato de diagnóstico prévio de gastrite/úlcera/refluxo.Abstract : Introduction: Sleep is an imperative biological function whose good quality and duration are essential for health and understanding the perceptions of quality and sleep duration of a population may be relevant to organize diagnostic and prevention measures. Objectives: To evaluate sleep quality, duration and associated factors in adults aged 40 years and over. Methods: Cross-sectional, population-based survey with a randomly selected sample of adults aged = 40 years in multiple stages. A household interview was conducted on socio-demographic data, smoking and medical diagnosis of common morbidities. The diagnosis of chronic obstructive pulmonary disease (COPD) as measured by spirometry. Anthropometric measures (body mass and height) to determine the presence of obesity. Symptoms of depression were determined by the Hospital Anxiety Depression Scale (HADS = 8). Sleep quality assessed by the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), index on sleep habits in seven domains related to subjective sleep quality (duration, latency, habitual sleep efficiency, sleep disorders, use of medications and diurnal dysfunctions). The PSQI score ranges from 0 (best) to 21 (worst). Continuous variables are summarized as mean and 95% CI while categorical variables are presented as absolute and relative frequencies. The Kolmogorov-Smirnov normality test was used to determine the normal distribution of the continuous variables. Comparisons between groups were calculated using the Chi-square test for categorical variables or by means of a T-test for continuous variables. The analysis of the association between demographic and clinical factors and a PSQI score> 5 was performed using binary logistic regression with robust estimation (Generalized Linear Model). The measure of effect was the prevalence ratio (PR) with their respective CIs of 95%, due to the high frequency of PSQI score = 5. All statistical tests were bi-caudate and the level of significance adopted for the statistical treatment was of 5%. Results: The PSQI had a response of 995 individuals and 53.8% (n = 535) score = 5.0 (good sleep quality) and 46% (n = 460) scores higher than> 5.0 (poor quality of sleep). The majority were women [595 (59.8%)], who [307 (66.7)] scored higher than> 5.0. 64% of the participants did not answer the questionnaire in full (40 women, 62.5%). The mean PSQI score and the 95% CI were 6.0 (5.8-6.2). No floor and ceiling effects were observed. The PSQI score ranged from 1 to 18 points. Subjects with poor sleep quality had scores significantly higher than those with good sleep quality in all PSQI domains. The highest scores were those of the sleep latency and daytime dysfunction domains. With an average of 7.3 (6.1-8.0) hours of sleep and having remained 7.7 (7.6-7.8) hours in bed. Sleep efficiency was 98.2 (86.7-109.7) %. The mean time to fall asleep was 18.8 (17.2-20.3) min. For poor sleep quality, the time to fall asleep was twice as many as those who perceived sleep quality as good, demonstrating that sleep efficiency was significantly lower. 64% of participants with poor sleep quality reported having difficulty sleeping in 30 minutes at least once a week. 58.5% reported waking in the middle of the night at least once a week. 83.0% and 81.7% of the participants who perceived as good the quality of sleep, denied having difficulty sleeping in 30 minutes or waking up in the middle of the night, respectively (p <0.001). Feeling too hot was a reported cause of sleep disturbance and by participants with poor sleep quality. Sleep duration was statistically lower only in individuals with symptoms of depression. The prevalence of poor sleep perception (PSQI score> 5) and the respective prevalence ratios in the reports of presence of heart disease, hypertension, asthma, gastritis/ulcer/reflux, diabetes, depression symptoms, obesity and multimorbity were more likely to realize the quality of bad sleep. Logistic regression confirms as significant predictors female gender, symptoms of depression, self-report of asthma or of gastritis/ulcer/reflux. Conclusion: The perception of sleep quality and duration in adults aged 40 years or older is influenced by the presence of associated factors, such as being a woman, and individuals presenting with morbidities such as depression, gastritis/ulcer/reflux, asthma or multimorbity. Realizing that his sleep is of poor quality was present in almost half of the interviewees, understanding that having poor sleep quality implies a shorter duration and efficiency of sleep, requiring more time to fall asleep. Sleep duration was significantly affected by the presence of depression symptoms and by the report of previous diagnosis of gastritis/ulcer/reflux.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2018.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/192104
Date: 2018


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