Abstract:
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Introdução: No decorrer dos anos, as políticas públicas de atenção à saúde da mulher estão se desenvolvendo em busca de um maior aprimoramento da assistência prestada no período gravídico-puerperal. A Rede Cegonha é lançada para auxiliar neste processo, implementando novas intervenções e atualizações na saúde da mulher, como as tecnologias no cenário do pré-natal, com o objetivo de minimizar os riscos à saúde materno-infantil. Neste cenário, as tecnologias implementadas foram os testes imunocromatográficos com o objetivo de rastrear as patologias que ocasionam maiores danos ao desenvolvimento fetal e ao recém-nascido, oportunizando um diagnóstico e tratamento precoce de doenças infecciosas na gestação. Contudo, os índices de morbimortalidade materna e infantil continuam elevados, bem como os de transmissão vertical demonstrando uma lacuna no rastreio de patologias infecciosas gestacionais, impulsionando uma melhor avaliação deste processo no pré-natal. Objetivo: Avaliar a utilidade clínica dos testes imunocromatográficos realizados pelos enfermeiros em consulta pré-natal, como tecnologia no atendimento à saúde materno-infantil. Método: Esta é uma pesquisa exploratória com abordagem quantitativa, do tipo descritiva, onde foram coletados dados dos prontuários eletrônicos municipais de 46 gestantes que realizam acompanhamento pré-natal na Atenção Primária à Saúde de uma capital do Sul do Brasil. Os dados obtidos tiveram seu conteúdo codificado, digitado e organizado em planilha eletrônica, utilizando o programa Microsoft Office Excel 2016 e, posteriormente, foram analisados através da mensuração da frequência absoluta, frequência relativa, média e desvio padrão. A pesquisa respeitou as recomendações da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humano e teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina através do parecer nº 2.832.043 e CAAE: 91440518.2.0000.0121. Resultados: Foi possível identificar uma média de 43,1 dias entre a solicitação das sorologias laboratoriais até a avalição profissional, considerando um tempo consideravelmente grande para que seja determinado um diagnóstico e iniciado um tratamento sem danos a mulher e seu concepto. Neste sentido, 10 (21,70%) das gestantes não coletaram as sorologias solicitadas durante a primeira consulta pré-natal, configurando uma ineficácia do acompanhamento pré-natal e contribuindo com o aumento das taxas de mortalidade infantil e de transmissão vertical. Apesar de ser caracterizado como uma proposta para oportunizar um rastreio precoce das patologias infecciosas na gestação, os testes imunocromatográficos ainda estão sendo raramente aplicados no pré-natal, ao identificar que apenas 5 (10,80%) gestantes tiveram a oportunidade de realizar estes testes. Considerações finais: Desta maneira, é perceptível o déficit na adesão dos profissionais para aplicação dos testes imunocromatográficos gerando inadequações ao diagnosticar precocemente patologias infecciosas que evitariam possíveis complicações ao binômio mãe-filho. |