Prevalência de lesões em mucosa oral durante a gravidez: uma revisão sistemática e meta-análise

Abstract

Objetivo: Avaliar a prevalência de lesões em mucosa oral durante a gravidez, por meio de uma revisão sistemática. Métodos: Foram selecionados estudos observacionais por dois revisores em um processo de duas fases. As estratégias de busca foram feitas realizadas nas bases de dados CINAHL, LILACS, LIVIVO, PubMed, Scopus, Web of Science e três bases de literatura cinzenta Google Scholar, ProQuest e OpenGrey. O risco de viés foi avaliado com a ferramenta Joanna Briggs Institute's Critical Appraisal Checklist for Studies Reporting Prevalence Data. A análise da qualidade do nível de evidência foi feita com os critérios de Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE). A síntese dos resultados foi realizada pelo software MedCalc 1.514.8.1 (MedCalc Software, Ostend, Belgium). Resultados: 15 artigos foram incluídos para a análise qualitativa e quantitativa, com 5935 envolvidos. A prevalência geral das lesões foi de 12,4%. Hiperplasia gengival (11.4%), morsicatio buccarum (10%), candidíase oral (4,7%) e granuloma piogênico (3,2%) foram as lesões mais prevalentes. O risco de viés de maneira geral foi moderado e a qualidade do nível de evidência foi considerada muito baixa. Conclusão: As lesões da mucosa oral estiveram presentes em 1 a cada 10 gestantes, aproximadamente. A hiperplasia gengival foi a lesão mais prevalente. Sugere-se que em estudos futuros, sejam utilizados métodos diagnósticos padronizados e amostras com tamanho adequado a fim de melhorar a qualidade de evidência.

Objective: To assess the prevalence of oral mucosal disorders during pregnancy. Methods: Observational studies were selected by two reviewers in a two-phase process. Search strategies were applied at CINAHL, LILACS, LIVIVO, PubMed, Scopus, Web of Science, Google Scholar, Open Grey, and ProQuest. The risk of bias was assessed by two reviewers using the Joanna Briggs Institute's Critical Appraisal Checklist for Studies Reporting Prevalence Data. Synthesis of results was calculated by the software MedCalc 1.514.8.1 (MedCalc Software, Ostend, Belgium). Confidence in cumulative evidence was assessed by using the Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE) criteria. Results: Fifteen studies met the eligibility criteria and were selected for qualitative synthesis and meta-analysis, of which 5,935 participants were enrolled. The overall prevalence of oral mucosal disorders was 12.4%. Gingival hyperplasia (11.4%), cheek biting (10%), oral candidiasis (4.7%), and pyogenic granuloma (3.2%) were the most prevalent lesions. The overall risk of bias was considered moderate and the quality of evidence was very low. Conclusion: Disorders of the oral mucosa were present in approximately 1 out of 10 pregnant women. Gingival hyperplasia was the most prevalent lesion. Further studies should apply homogeneous methodology as reference standard diagnostic criteria and adequate sample to improve the quality of evidence.