Abstract:
|
Desde a palavra rio , a primeira forma que escrevi meu nome, a escrita esteve presente em meu cotidiano, quiçá bem antes, instigando e me colocando a trabalhar. E é nas escritas de vida que direciono meu olhar e minha escuta. Nesse sentido, nas bordas da literatura e da psicanálise, transitando no espaço entre , esta tese visa trabalhar sobre escrita, morte-vida em uma relação com a palavra, tendo como objeto de companhia e mostração as escritas do Diários de Lúcio Cardoso, pensando as formas narrativas que se apresentam neste evento de linguagem as escritas diárias. Para isso, propõe-se morte-vida como termo único e a palavra-escrita como um lugar possível, mesmo que tangente e sempre frustrante, da experiência enquanto limite, enquanto tentativa de nomear o inominável daquilo que transita e insiste na morte-vida. Visa, também, pesquisar que relações se desprendem do desejo de escrever em diários, fazendo do próprio ato de escrita uma forma de trabalhar, de lidar com os conceitos. Para tanto, foram organizados quatro momentos de escrita, quatro formas topológicas: meu escrito-texto de tese, as citações entremeando o texto, as notas de rodapé e as escritas de Meus cadernos. Este último, as escritas dos meus cadernos, caminham paralelo aos outros escritos, no intuito de lidar com o limite do vivido e a ficção, visitando aquilo que é da ordem da memória lembrar-esquecer em um processo de (re)construção e (re)inscrição da própria vida. Foram tomados como amparo teórico principal Walter Benjamin, Sigmund Freud e Maurice Blanchot, entre outros. |