Contágio social de transtornos mentais: análise das estratégias biopolíticas de medicalização da infância

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Contágio social de transtornos mentais: análise das estratégias biopolíticas de medicalização da infância

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Title: Contágio social de transtornos mentais: análise das estratégias biopolíticas de medicalização da infância
Author: Martinhago, Fernanda
Abstract: A medicalização da infância é uma temática que está em evidência na contemporaneidade, devido a uma epidemia de transtornos mentais que atinge crianças e adolescentes. Nesta perspectiva, considera-se que uma parte do público infanto-juvenil está sendo prejudicada por diagnósticos psiquiátricos equivocados e tratamentos desnecessários. Portanto, a principal preocupação que rege esta pesquisa é com crianças e adolescentes que estão sendo rotulados com diagnósticos falso-positivos de transtornos mentais e ?tratados? com intervenções medicamentosas como se tivessem patologias graves. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foi elegido como tema transversal deste estudo por apresentar elevada prevalência em diversos países. A partir deste contexto, foi estabelecido como principal objetivo desta pesquisa analisar como o conceito de risco e as classificações do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), entendidas como estratégias biopolíticas, são veiculadas nas mídias sociais e articulam o processo de medicalização da infância, perpassando por microssistemas frágeis (escola, família e associações de apoio). O desenvolvimento da investigação partiu de uma perspectiva crítico-interpretativa para análise de dados, os quais foram obtidos pela triangulação de fontes e técnicas: revisão integrativa, grupo focal, entrevistas, aplicação de questionário aberto e etnografia virtual. Os campos de pesquisa foram uma escola pública de Florianópolis e duas comunidades virtuais da rede social Facebook. Considera-se que as informações sobre os transtornos mentais disseminadas nas redes sociais, identificadas como de caráter educativo, e somadas à publicidade, caracterizam uma vulnerabilidade do campo virtual. Este cenário facilita a ampliação dos horizontes de consumo, introduzindo produtos que atendam às necessidades culturais criadas (bem-estar, melhor desempenho, maior produtividade), transformando assim, culturalmente, o que era considerado normal em patológico. Portanto, parte significativa dos diagnósticos de TDAH em crianças e adolescentes podem ser induzidos por este processo que denomino de contágio social.Abstract : Childhood medicalization is evident in the contemporaneus, due to an epidemic of mental disorders that affects children and adolescents. From this perspective, a part of the child and adolescent public is considered to be undermined by misdiagnosed psychiatric diagnoses and unnecessary treatment. Therefore, the main concern that governs this research is centered in children and adolescents that are being labeled with false positive diagnoses of mental disorders and ?treated? with drug interventions as if they had serious pathologies. Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) was chosen as the cross-cutting theme of this study because it has a high prevalence in several countries. From this context, we established as the main objective of this research to analyze how the concept of risk and the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) classifications, understood as biopolitical strategies, are featured in social media and articulate the process of childhood medicalization, that pass through fragile microsystems (school, family support groups). The development of this investigation started from a critical-interpretive perspective for data analysis, which was obtained by triangulation of sources and techniques: integrative review, focal groups, interviews, application of open questionnaire and visual ethnography. Research fields include a public school from Florianópolis and two virtual communities on the social network Facebook. We consider that the information about mental disorders disseminated in the social networks, identified as educational, and added to the publicity, characterize a vulnerability of the virtual field. This scenario facilitates the expansion of the consumption horizons, introducing products that meet the cultural created needs (well-being, better performance, higher productivity), thus culturally transforming what was considered normal into pathological. Therefore, a significant part of ADHD diagnoses in children and adolescents can be induced by this process that I call social contagy.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2017.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185563
Date: 2017


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