Associação entre variáveis ocupacionais e prevalência em agravos à saúde em policiais e bombeiros militares de Santa Catarina

Abstract

No exercício profissional, militares são expostos a diferentes fatores de adoecimento. O objetivo geral deste trabalho foi analisar o perfil epidemiológico e sócio-ocupacional de policiais e bombeiros militares de Santa Catarina afastados do trabalho para tratamento de saúde no período de 2013 a 2016. Foram analisados 5777 afastamentos ocorridos neste período. Trata-se de uma pesquisa de delineamento epidemiológico, descritivo, com corte transversal e de abordagem quantitativa. Os agravos à saúde mais prevalentes entre a população estudada foram: S00-T98: Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (11,44%); M00-M99: Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (10,25%) e F00-F99: Transtornos Mentais e Comportamentais (6,32%). Entre militares de Santa Catarina afastados por TMC predominam características como ser policial militar, do sexo masculino, são da carreira praças, atuantes tanto em atividades operacionais quanto administrativas. Os transtornos neuróticos, transtornos relacionados com estresse e transtorno somatoformes (F40-F48) e Transtornos de Humor (F30-F39) foram os mais prevalentes na população estudada, responsáveis por 67,4% dos afastamentos por TMC. Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa (F10-F19) apresentam prevalência de 0,5% dos afastamentos por TMC, e Transtorno de personalidade e do comportamento adulto (F60-F69) 0,22%. O adoecimento dos militares está relacionado com o processo laboral e ter clareza dessa relação permite reorganizar contingências mais favoráveis ao processo de trabalho e modificá-lo em razão da manutenção da saúde desses profissionais. A criação de um banco de dados multidisciplinar e permanente sobre os afastamentos permitiria acompanhar a evolução do adoecimento dos militares em Santa Catarina. Futuras investigações poderiam explorar as variáveis não analisadas, especialmente sobre as condições associadas aos diagnósticos e situações psicossociais que culminaram no adoecimento.

Abstract : Professionally, military personnel are exposed to different illness producing factors. This study analyzed the epidemiological and socio-occupational profile of military officers and firefighters from Santa Catarina licensed from work because of health treatment in the period 2013 to 2016. In total 5777 occurred. It is an epidemiological, descriptive, cut cross research design with a quantitative approach. The most prevalent hazards to health among this population were: S00-T98 Injury, poisoning and certain other consequences of external causes (11.44%); M00-M99: musculoskeletal system disorders and connective tissue (10.25%) and F00-F99: Mental and Behavioral Disorders (MBD - 6.32%). Amongst military Santa Catarina licensed for MBD, main characteristics are being military officer, male, soldier rank, working both in operating activities as administrative. The most prevalent were Neurotic disorders, disorders related to stress and somatoform (F40-F48) and Mood Disorders (F30-F39), accounting for 67.4% of sick leave by MBD. Mental and behavioral disorders due to psychoactive substance use (F10-F19) have a prevalence rate of 0.5% absences and personality disorder and adult behavior (F60-F69) of 0.22%. The illness in the military is related to work process and the knowledge of this relationship enables the arrangement of more favorable contingencies of work processes for the maintenance of health of these professionals. The creation of a multidisciplinary and permanent database on sick leave would gather relevant data on the military becoming ill in Santa Catarina. Future research should explore the variables especially on the conditions associated with the diagnosis and psychosocial situations that led to the illness.