Abstract:
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A emergência dos estudos referentes aos arranjos produtivos locais serve de base para o presente trabalho, o qual analisa a configuração, o comportamento e as inter-relações das micro e pequenas empresas (MPEs) do arranjo vestuarista de Brusque – SC, verificando os esforços para a criação de capacidade inovativa. Desse modo, a partir de dados primários coletados em empresas do município, obtiveram-se subsídios que permitiram observar que as atividades inovativas no arranjo são constantes e apresentam similaridades, independentemente do porte da empresa. Verificou-se que existem esforços no sentido de adequação ao padrão produtivo, que exige qualidade, estilo e design nas peças. Destaca-se, assim, que os mecanismos de aprendizado mais usuais são o learning by doing e o learning by using, uma vez que a organização social da produção é baseada na fábrica, em que as empresas vestuaristas se apóiam muito em métodos de erros e acertos. O learning by interacting também ocorre, mas em menor freqüência, restringindo-se às relações com fornecedores e clientes, dado que o arranjo apresenta baixos níveis de cooperação e parcerias inter-firmas e com os demais atores. A estrutura de governança é fraca e está mais amparada nos mecanismos de mercado, do que nos programas e ações dos agentes locais. Dessa forma, embora o setor vestuarista, juntamente com o setor têxtil, seja a base da economia não somente do município, mas também da região, faltam políticas públicas e privadas que desenvolvam o nível cooperativo para que, em conjunto, estas firmas se fortaleçam. Todavia, o APL de Brusque se encontra na fase de Arranjo Emergente, necessitando alguns esforços coletivos para desenvolver e solidificar a economia do município. |