Abstract:
|
A articulação das organizações da sociedade entre si, entre elas e a população, reforça o surgimento de parcerias e redes que podem proporcionar melhores soluções aos problemas que surgem no seio da sociedade contemporânea. As ONGs fazem parte de um setor que não se subjuga ao sistema produtivo-lucrativo e ao sistema governamental, se constroem e reconstroem ao longo dos tempos, sobretudo, no que diz respeito às interações mantidas com outros atores sociais de seu entorno. Portanto, a compreensão do papel dessas organizações na atualidade somente ocorre em interface com as outras esferas, fundamentalmente, no que diz respeito aos desafios da mobilização de recursos para a sustentabilidade e autonomia enquanto sujeitos políticos. Este estudo objetivou-se a analisar as relações do Instituto Ambiental Ratones, uma organização sem fins lucrativos de Florianópolis - SC, com os outros atores sociais de seu entorno no que diz respeito à mobilização de seus recursos e suas parcerias no período de agosto a novembro de 2009. Para tanto, utilizou-se da pesquisa qualitativa, através do estudo de caso, ocorrendo o contato direto e prolongado da pesquisadora com o ambiente e a situação estudada, dado o fato de ter tido a oportunidade de fazer um estágio voluntário na organização. Na primeira etapa, com o intuito de resgatar o tema na literatura pertinente para dar suporte ao estudo, elaborou-se a fundamentação teórica. Desta forma, contextualizou-se a temática evolutiva das Organizações da Sociedade Civil e a delimitação do seu conceito, sua institucionalização no Brasil e, finalmente, sua interação com o entorno no que diz respeito à mobilização de recursos e parcerias. A partir da coleta dos dados, observou-se que as atividades dentro do Instituto Ambiental Ratones são desenvolvidas pela existência de projetos, que enaltecem a questão das redes e parcerias. Foi identificado que a organização firmou uma grande quantidade de parcerias com órgãos governamentais, apesar de ser unânime entre seus diretores a percepção da problemática em se obter recursos financeiros do governo, por serem estes muito restritos ao tipo de gasto e os critérios de avaliação extremamente rigorosos. Já os recursos advindos de uma empresa privada trazem maiores possibilidades, contando que haja a vinculação do nome da empresa ao projeto financiado na comunicação externa realizada. Há uma percepção bem estrutura por partes dos diretores quanto às particularidades de cada um desses financiamentos, mas não há nada estabelecido dentro do instituto quanto a outras formas de mobilizar recursos, como, por exemplo, a conquista de apoiadores individuais e a prestação de serviços e a comercialização de produtos. Neste sentido, concluiu-se que o IAR precisa estruturar suas estratégias de mobilização de recursos, pois a diversificação das mesmas é um fator-chave para a sustentabilidade de uma organização sem fins lucrativos |