Abstract:
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A viticultura é uma atividade de grande importância sócio-econômica, sendo que a uva é a terceira fruta mais produzida no mundo, totalizando 65,5 milhões de toneladas, das quais 12 milhões de toneladas são de uva de mesa. No Brasil, o cultivo de videiras ocupa uma área de 73.203 hectares, com produção de 1.232.564 toneladas. A expansão da viticultura brasileira por regiões com diferentes condições climáticas possibilitou a produção de uvas ao longo de todo ano, e aliada ao plantio de cultivares de uvas finas de mesa e mais recentemente de uvas sem sementes, garantiu o abastecimento do mercado interno e proporcionou ao país a oportunidade de exportar uvas frescas nos períodos de entressafra de diversos países. Para determinar a adaptação de novas cultivares de videiras em regiões onde o seu cultivo é pouco conhecido, é importante considerar o desenvolvimento fenológico dessas e os requerimentos térmicos necessários para que completem as diferentes fases do ciclo produtivo. O objetivo deste trabalho é descrever a fenologia e os requerimentos térmicos de oito cultivares de videira em Lages/SC, como um dos requisitos para indicação de cultivares para esta região. O estudo foi efetuado em parreiral comercial, conduzido em sistema de manjedoura. Foram avaliadas as variedades Itália, Rubi, Benitaka, Redimeire, Moscatel Branco, Niágara Rosada e as apirênicas BRS Morena e BRS Linda. Três fases fenológicas foram demarcadas: E1-Brotação; E2-Floração plena e E3-Início da maturação. Foi determinado o número de dias e as necessidades térmicas em Graus-Dia (GD) para que atingissem as fases fenológicas indicadas. Tanto em GD quanto em número de dias, a cultivar Niágara Rosada é a primeira a completar o subperíodo E1-E2, mas são as apirênicas as primeiras a completarem o subperíodo E2-E3, em GD e em número de dias. A BRS Morena é a mais precoce para completar o ciclo da Poda até E3, em número de dias e em GD; a mais tardia em número de dias e em GD é a Redimeire. A Itália e suas mutações têm o ciclo da Poda até E3 semelhantes, em número de dias e em GD. A Niágara Rosada não é recomendada para cultivo, pois provavelmente irá maturar num período de grande oferta, obtendo preços baixos. Das apirenas, a BRS Linda é recomendada, com chances de atender o mercado nacional e o internacional. Já a BRS Morena não, pois produz cachos "falhados", de aparência ruim. Das uvas finas de mesa, a Benitaka e a Redimeire são recomendadas para cultivo, e as cultivares Itália e Rubi não, pois já são as principais uvas finas de mesa comercializadas em Santa Catarina, não oferecendo, portanto, opções para diversificação no mercado. A Moscatel Branco também não é recomendada, pois apresenta cachos com bagas muito pequenas, característica não interessante para o mercado. |