Vítimas de abuso sexual intrafamiliar: um estudo sobre as estratégias de crianças para evitar a revitimização

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Vítimas de abuso sexual intrafamiliar: um estudo sobre as estratégias de crianças para evitar a revitimização

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Title: Vítimas de abuso sexual intrafamiliar: um estudo sobre as estratégias de crianças para evitar a revitimização
Author: Karsten, Leandra Nunes
Abstract: O presente estudo trata do abuso sexual intrafamiliar tendo como objetivo identificar e contextualizar as estratégias de auto-proteção utilizadas pelas crianças que conviveram com seus agressores, para se proteger de novos abusos. Para tal, utilizamos o método qualitativo de cunho exploratório, utilizando como instrumento para coleta de dados a pesquisa documental. O universo de pesquisa foram os 46 casos de abuso sexual incestuoso, acompanhados pelos técnicos do Programa no segundo semestre de 2006 e, a amostra intencional constituiu 4 casos, sendo que em 2 deles o abusador era o pai e, em outros 2 era o padrasto. O critério de escolha da amostra foram quatro prontuários em que encontramos maior riqueza de informações a respeito das estratégias que as crianças tinham para se proteger. Os resultados revelaram que as crianças, embora na maioria das vezes não consigam efetivar sua proteção, tentam de alguma forma exteriorizar a relação abusiva para alguém. Em nosso estudo percebemos que todas elas tentaram contar para a mãe, mas estas mesmo depois da revelação, não protegeram a criança, ficando a vítima à mercê do abusador. A incredulidade das mães sobre a veracidade dos fatos faz surgir nas crianças o medo, a culpa e a vergonha o que as leva, muitas vezes, a se adaptarem a situação. Observamos que a falta de proteção da família e o não cumprimento do artigo 130 do Estatuto da Criança e do Adolescente pode corroborar para que a criança desenvolva as Síndromes de Adaptação, de Campo de Concentração e Estocolmo, visto que as pressões psicológicas, as ameaças, o sentimento de vulnerabilidade e impossibilidade de saída da situação anula qualquer atitude de defesa da vítima. Além disso, observamos que o desenvolvimento destas Síndromes pode influenciar na retratação do abuso fazendo com que o segredo se fortaleça no âmbito familiar após a criança retratar o abuso. Nos casos pesquisados as crianças só conseguiram ser protegidas após verbalizarem o mesmo para a Pessoa de Confiança que em três dos casos pesquisados foi a professora da escola. A partir daí com a intervenção do Programa de Proteção o abusador recuou em suas investidas sexuais. Com nosso estudo, concluímos que propiciar o primeiro atendimento conjunto com o intuito de promover o evento nomeador e a assunção do delito por parte do abusador pode ajudar na proteção da criança, visto que criar o abuso como fato real e não meramente uma fantasia pode quebrar o segredo deste tipo de relação e fazer com que a mãe seja coadjuvante na proteção da criança. É fundamental os técnicos conheceram profundamente a dinâmica familiar em que ocorre um abuso sexual, o modus operandi do abusador, as conseqüências e o desenvolvimento das Síndromes de Adaptação, de Campo de Concentração e Estocolmo, pois assim podem intervir de maneira mais pontual garantindo o direito e proteção de crianças e adolescentes
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Curso de Serviço Social.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/118828
Date: 2006


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