Abstract:
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Introdução: A obesidade mórbida é uma doença multifatorial com diversas implicações clínicas associadas. É considerada hoje uma epidemia mundial e o custo para seu tratamento consome grande parte dos recursos destinados à saúde. O tratamento clínico é falho na resolução de longo prazo, sendo hoje a cirurgia bariátrica o de escolha. Entre os diversos métodos cirúrgicos, nos últimos anos surgiu a gastrectomia vertical, com bons resultados na redução de peso e de comorbidades. A histologia da mucosa gástrica pode ser afetada pelo procedimento cirúrgico, com alterações de padrões inflamatórios. Objetivos: Avaliar alterações de padrão inflamatório da mucosa gástrica em pacientes obesos mórbidos submetidos a gastrectomia vertical laparoscópica e seus resultados em perda de peso e resolução de comorbidades. Desenho do estudo: O estudo é um ensaio clínico, longitudinal e prospectivo. Método: Foram selecionados 12 pacientes obesos mórbidos, para a realização de cirurgia bariátrica pela técnica de gastrectomia vertical. Realizaram endoscopia digestiva alta pré-operatória e pós-operatória, esta após 6 meses, com biópsia da incisura angular e de 3 cm anterior ao piloro. Foram coletados dados de peso, altura e doenças associadas. Os dados foram comparados e as biópsias foram encaminhadas para avaliação dos padrões inflamatórios. A análise estatística foi feita com teste t para amostras pareadas e teste de McNemar. Resultados: Houve redução do peso corporal com média de peso pré-operatório 132,5?15,7 kg e pós-operatório 95,8?10,6 kg com p <0,001. Também o IMC teve redução significante com média de IMC pré-operatório 42,6?3,1 kg/m2 e pós-operatório 30,9?3,2 kg/m2 com p <0,001. O excesso de peso teve redução em média de 36,6 Kg (pré-operatório 61,6?10,8 e pós-operatório 24,9?9,2) com p <0,001. O percentual de perda de excesso de peso e de IMC foi de 59,6?12,9% e 67,3?15,6% respectivamente. As comorbidades foram todas resolvidas ou melhoradas. O padrão de histologia gástrica mostrou gastrite crônica com atividade inflamatória associada ao H.pylori em 33,3% dos pacientes, além de hiperplasia foveolar em 58,3%. Ocorreu redução desse padrão para 16,7% de gastrite crônica com atividade inflamatória discreta e para 33,3% de hiperplasia foveolar, mas com p=0,5 e p=0,25 respectivamente. Conclusões: As alterações inflamatórias no pré-operatório da gastrectomia vertical foram principalmente hiperplasia foveolar e gastrite crônica associada ao H.pylori e estas tiveram redução no pós-operatório. Ocorreu redução significativa de peso e de IMC e também se observou resolução de comorbidades. <br>
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