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A Agricultura Orgânica surge após estudos relacionados à compostagem Indore na Índia, por Sir Albert Howard no tratamento de resíduos sólidos urbanos, como proposta de diminuição dos problemas gerados pelo seu volume no ambiente, o que acabou sendo mais tarde, utilizado como a base para as diretrizes do cultivo orgânico. Este processo é decorrente de acontecimentos históricos como a Primeira e Segunda Revolução Agrícola, pós Primeira Guerra Mundial, na mesma época que acontecia o fortalecimento do capitalismo, além da Revolução Verde, que preconiza o uso de pacotes tecnológicos, os quais prometiam o aumento da produção, desconsiderando o ambiente. A partir disso, viabilizaram-se sistemas que ignoravam as questões ambientais do processo de produção, como a monocultura e o uso de insumos, provenientes dos avanços da indústria química. Com base nisso, na tentativa de mostrar a importância dos serviços ecossistêmicos (bioma) e questões relacionadas à ecologia da paisagem (redesenho da paisagem), Odum 1953 desenvolveu uma metodologia de gestão agrícola, denominada de eMergia para avaliar o gasto energético no sistema de produção agrícola. Assim, utilizou-se a metodologia no presente trabalho, quantificando eMergeticamente o processo de produção orgânica de alface americana, no Bioma Cerrado. Alinhado a isto, fez-se uso da metodologia de avaliação do nível de transição agroecológica, proposto por Feistauer (2012), estabelecendo-se o nível agroecológico que a propriedade encontra-se. A prática de Agricultura Orgânica que a fazenda preconiza, no momento, não inclui ações que considerem o bioma. Com base na análise eMergética realizada, foram obtidos os seguintes resultados: Transformidade (Tr) 4735483; Renovabilidade (%R) 24,77%; Taxa de Rendimento eMergético (EYR) 1,08; Taxa de Investimento eMergético (EIR) 12,86; Taxa de Intercâmbio eMergético (EER) 0,162; Taxa de Carga Ambiental (ELR) 3,04 e Sustentabilidade (ESI) 0,35, refletindo a baixa sustentabilidade do processo de produção da alface americana. Assim, os índices obtidos pela empresa permitem classifica-la dentro do nível dois (2) de transição agroecológica, também denominado de nível de “substituição de insumos sintéticos por insumos orgânicos e práticas alternativas”. Portanto, cabe à propriedade restabelecer o contato entre a produção orgânica com o redesenho da paisagem, aliando produção à conservação e uso sustentável do ecossistema. |
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