Abstract:
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O presente trabalho refere-se à pesquisa realizada com cinco sujeitos, sendo tres mulheres e dois homens com idades entre 74 e 86 anos, sobre os sentidos atribuídos à inserção das mulheres no mercado formal de trabalho que se intensificou a partir de meados do século XX. A despeito das mulheres sempre terem trabalhado, não eram significadas como trabalhadoras e a pesquisa buscou identificar se, com sua inserção em massa nesse mercado, os sujeitos entrevistados teriam subjetivado essa presença e se haveriam mudanças nesse significado. Para a pesquisa foram realizadas entrevistas com roteiro norteador de perguntas tendo em vista depoimentos dos participantes sobre as mudanças sociais do século XX, tal como visibilizado por Eric Hobsbawm na obra A era dos extremos - O breve século XX - 1914 - 1991, ou seja, o declínio do campesinato, o avanço da industrialização, a disseminação da escolarização superior e a inserção das mulheres no mercado formal de trabalho. Da fundamentação teórica constou a história das mulheres como trabalhadoras desde alguns países da Europa do século XIX, Brasil, sul do Brasil e região de domicílio dos entrevistados, significado do trabalho, relações de gênero no trabalho, memória social e coletiva e alguns conceitos da psicologia histórico cultural de Vigotski, aporte de análise do conteúdo das informações obtidas nos depoimentos. Os resultados da pesquisa mostram que os sentidos atribuídos à presença feminina nesse meio referem ao reconhecimento de seu potencial, capacitação e competência para o trabalho remunerado, sendo que não mais admitem a diferença de remuneração a menor por elas percebido. Este significado subjetivou-se e tornou-se singular para cada sujeito, a partir da prática social que essa inserção passou a representar na vida social e cultural do século XX e chega ao século XXI com novo sentido |