Abstract:
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Este trabalho discute as travestilidades a partir do discurso das pessoas que desejam tornar-se travesti conhecidas como novatas, iniciantes, ninfetas e novinhas. Trata-se de uma escrita de inspiração etnográfica em que são tecidas entrevistas, experiências e diálogos com travestis com idades entre 15 e 21 anos durante experimentação de pesquisa pelas ruas, pensões, moradias e ong's da cidade de Florianópolis e em espaços virtuais como blogs e o facebook. A análise teórica segue as pistas de Michel Foucault e Judith Butler discutindo sob que condições novatas travestis são reconhecidas como sujeitos legítimos do discurso das travestilidades. Nesta direção são questionados os saberes, as práticas e o acesso aos conhecimentos trazendo à cena as regras e os passos que ensinam alguns modos de se experienciar as travestilidades, bem como as possibilidades de resistência a estas normas. Entendidas como jogos de verdade estas regras que envolvem o que é legítimo ou ilegítimo são apresentadas e problematizadas por diferentes discursos: pelas travestis mais experientes, pelas redes de proteções das "mães", pelas redes virtuais e entre as próprias novatas travestis. A partir dos efeitos produzidos por estes discursos são delineados os contornos das novas formas de se pensar a experiência das travestilidades entre as jovens que estão começando. As novas experimentações transitam por entre atualizadas maneiras de aprender e investir na transformação corporal, pelos ressignificados atribuídos ao espaço da pista, à permanência na escola e aos vínculos familiares. Também circulam pela importância das redes de sociabilidades como as mamys e as "irmãs". Neste sentido, são discutidas neste trabalho não apenas as condições de possibilidades da (re)invenção das novas travestilidades, mas também são sinalizadas a expansão dos espaços de (re)existência e (re)criação de si mesma para aquelas que desejam tornar-se travesti sob novos e também hegemônicos critérios éticos, estéticos e políticos. |