Abstract:
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O objetivo deste artigo é tematizar os processos de acesso, permanência e conclusão de curso superior, mediante um estudo de caso que toma como referência a trajetória de uma jovem egressa de um curso seletivo (Enfermagem) de uma instituição pública (Universidade Estadual Vale do Acaraú) e que na infância vivenciou o trabalho infantil no campo. A perspectiva adotada é a da pesquisa (auto)biográfica e o método utilizado para a recolha e a análise das fontes autobiográficas foi o da entrevista narrativa, concebido por Shütze (1983). Para a análise dos processos estudados recorremos às noções de outsiders e estabelecido propostas por Elias & Scotson (2000). O estudo sugere a importância do núcleo familiar no processo de acesso ao ensino superior, analisa as estratégias de enfrentamento e de superação que garantiram a permanência no curso e o processo de inserção profissional e sinaliza, finalmente, como se anuncia o reconhecimento de si pelo outro diante das conquistas alcançadas. Estima-se que uma trajetória de vida sugere pistas de investigação pertinentes para se conhecer melhor os conflitos e modos de superação dos processos de inclusão/exclusão, suscetíveis de subsidiar políticas públicas internas às instituições de ensino que priorizam a inclusão de alunos de baixa renda no ensino superior. |