Abstract:
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Esta pesquisa teve como objetivo analisar a formação continuada de professores na área da Educação Especial proposta pela Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), no período de 2005 a 2009, e verificar quais vertentes teóricas aparecem de maneira recorrente nessas formações. Para desenvolver tal análise, três procedimentos metodológicos foram encaminhados: levantamento e análise da produção acadêmica na área da educação, entre 2001 e 2010, sobre a temática pesquisada; análise dos documentos voltados para a formação continuada na área de Educação Especial em Santa Catarina; análise das políticas nacional e estadual de Educação Especial, buscando compreender qual perspectiva educacional foi proposta no período em tela para a formação continuada de professores no Estado de Santa Catarina, especificamente para a área aqui estudada. Buscaram-se fundamentos na abordagem do materialismo histórico dialético e as contribuições de Shiroma, Campos e Garcia (2005), Fairclough (2001) e Ozga (2000), que foram fundamentais para a análise de documentos. As discussões referentes à Educação Especial se apoiaram nos estudos de Jannuzzi (2004 e 2006), Skrtic (1996) e Cambaúva (1988). Já sobre a formação de professores, as contribuições de Evangelista (2001), Moraes (2003), Shiroma (2003), Michels (2004 e 2005) e Bueno (1993, 2008 e 2009) foram de extrema relevância. Os dados analisados foram coletados nos Relatórios de Atividades Anuais da FCEE e em 195 propostas de cursos no período pesquisado, oferecidos pela FCEE. Com essa investigação identificamos, na formação continuada de professores, um predomínio de cursos destinados às Instituições Especializadas em Educação Especial. Tais cursos tiveram como foco as deficiências, as metodologias e a utilização de recursos. Também observamos a existência de cursos para a rede regular de ensino que tiveram como perspectiva a divulgação dos princípios da educação inclusiva, principalmente aqueles identificados na política estadual para a Educação Especial. Tanto os cursos voltados aos professores das escolas especiais como aqueles destinados aos professores das escolas regulares mantêm suas bases teóricas nas vertentes médico-pedagógica e psicopedagógica. Ao mesmo tempo são balizados por uma perspectiva prática, instrumental e tecnicista. Dessa forma, as proposições de formação continuada de professores para a Educação Especial do Estado de Santa Catarina não rompem com as vertentes médico-pedagógica e psicopedagógica presentes historicamente nas discussões centradas no diagnóstico, nos métodos e técnicas para os sujeitos da Educação Especial. |