Abstract:
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Estudos referentes à morfodinâmica e sedimentologia relativa à maturidade do ambiente praial foram realizados em seis praias da ilha de Santa Catarina: Cacupé Grande (costa Noroeste), José Mendes (costa Sudoeste), Lagoinha (costa Norte), Solidão (costa Sul), Mole (costa Nordeste) e Matadeiro (costa Sudeste), as quais foram monitoradas mensalmente entre julho de 2009 e junho de 2010. Observações costeiras (ventos, ondas e correntes litorâneas) e medições do perfil praial foram realizadas em cada campanha. Nos setores da pós-praia, face praial e antepraia superior, foram coletadas 72 amostras superficiais de sedimentos, num período que caracteriza as quatro estações do ano, para análise dos aspectos texturais, grau de arredondamento, razão quartzo/feldspato [R(Q/F)] e composição química através da microscopia eletrônica de varredura (MEV). As praias das costas Noroeste e Sudoeste, respectivamente Cacupé Grande e José Mendes, adjacentes às baías Norte e Sul, protegidas da ação das ondas, caracterizam praias intermediárias (terraço de maré baixa), compostas de areias grossas a muito grossas, pobremente selecionadas, subarredondadas a subangulares, típicas de ambientes deposicionais imaturos. A praia de Cacupé Grande apresentou t = 1,59, declividade média de 7,75º, largura média de 6,4m, variação de volume de 2,26m³/m e R(Q/F) média de 23,92%. A praia do José Mendes apresentou t = 1,06, declividade média de 8,46º, largura média de 10,72m, variação de volume de 4,34m³/m e R(Q/F) média de 15,67%. As praias da Lagoinha e do Matadeiro, nas costas Norte e Sudeste respectivamente, representam praias semi-expostas, compostas por areias finas, bem selecionadas e arredondadas, típicas de ambientes deposicionais supermaturos. Na praia da Lagoinha, a declividade média é de 5,08º, largura média de 29,12m, variação de volume de 29,25m³/m e R(Q/F) média de 81%. Na praia do Matadeiro, a declividade média é de 3,42º, largura média de 22,26m, variação de volume de 21,06m³/m e R(Q/F) média de 76,08%. Apesar dos parâmetros morfodinâmicos encontrados para estas duas praias serem similares, as praias foram classificadas distintamente do ponto de vista hidrodinâmico em base ao ômega, sendo intermediária (bancos transversais) ( = 3,04) para a praia da Lagoinha e dissipativa ( = 11,46) para a praia do Matadeiro. A praia Mole e da Solidão, nas costas Nordeste e Sul respectivamente, representam praias expostas de ambiente deposicional supermaturo, classificadas como praias intermediárias, sendo banco e praia de cúspides ( = 3,55) para a praia Mole e banco e calha longitudinal ( = 5,92) para a praia da Solidão. As larguras e R(Q/F) médias são similares, sendo 29,86m e 25,76m e 69,92% e 68,08% respectivamente, para a praia Mole e da Solidão. Apesar de classificadas como intermediárias, alguns parâmetros encontrados são contrastantes. Na praia Mole, a declividade média é de 8,08º, variação de volume de 65,54m³/m e textura arenosa média, moderadamente selecionada e bem arredondada. Por sua vez, na praia da Solidão, a declividade média é de 4,42º, variação de volume de 20,73m³/m e textura arenosa fina, bem selecionada e arredondada. As praias oceânicas, mais expostas, representadas pela praia Mole, Solidão, Matadeiro e Lagoinha apresentaram maiores valores da R(Q/F), granulometria mais fina, maior grau de arredondamento e maturidade mineralógica, quando comparado com as praias protegidas de baía, representadas pelas praias de Cacupé Grande e José Mendes. Eventos de acresção e erosão costeira foram observados ao longo do monitoramento, associados à dinâmica de ondas, sendo que durante períodos de alta energia de ondas, como no outono, observaram-se valores da R(Q/F) inferiores. Plagioclásios ocorreram em maior quantidade em relação ao K-feldspatos. A análise química através do MEV permitiu identificar os diferentes tipos de feldspatos, além da presença ou ausência de um determinado mineral nas amostras. |