Abstract:
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Este trabalho foi realizado no Assentamento Encruzilhada Natalino fase IV - Fazenda Annoni, localizado no município de Pontão, Rio Grande do Sul, Brasil. O objetivo geral foi examinar a trajetória das estratégias produtivas no assentamento Encruzilhada Natalino fase IV - "Fazenda Annoni", comparativamente às políticas de produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra nos últimos cinco anos e como objetivos específicos levantar as políticas de produção definidas nacionalmente pelo setor de produção, cooperação e meio ambiente do MST; levantar dados de produção atuais no extrato selecionado; fazer a análise comparativa entre os dados atuais de produção e os coletados há cinco anos, principalmente a renda das famílias; avaliar os possíveis avanços na direção das políticas nacionais e examinar as razões pelas quais não ocorre adesão às mesmas. Na metodologia utilizaram-se questionários semiestruturados onde foi feita uma caracterização sócia econômica das famílias, e um levantamento da produção de subsistência e de comercialização. Complementar a isso foram realizados questionamentos a respeito das possíveis mudanças produtivas durante os últimos cinco anos, principalmente com relação às políticas produtivas adotadas pelo MST. Comparando o valor agregado líquido de cada propriedade com os dados referentes a 2006-2007, todas as famílias melhoraram e conseguiram garantir um salário mínimo mensal para cada pessoa que trabalha na propriedade. Já analisando a renda agrícola, a qual tem em conta as dívidas em investimentos na atividade agrícola, só 30 % das famílias depois de pagar as dívidas, conseguiu garantir um salário mínimo por pessoa que trabalha na propriedade. A atividade leiteira é considerada a atividade que garante a renda mensal da família. Para 80 % das famílias esta atividade deu maior retorno por hectare e 70 % das famílias tiveram maior retorno por mês que com outras atividades agrícolas. Percebeu-se adesão das famílias às políticas de produção do MST, com respeito a produzir alimentos sadios e livres de agrotóxicos e livres de transgênicos na produção para o consumo da família, a diversificação da produção, a ter uma renda mensal, na cooperação através da cooperativa dos assentados ligada à agroindústria e outras associações. Vê-se como possíveis rações da não adesão às políticas nacionais na produção do MST, a frustração das famílias que participavam na produção orgânica, pela falta de valorização e diferenciação do produto orgânico do convencional ou transgênico, a falta de mão de obra, falta de alternativas que sejam o contraponto à produção convencional. Para atuar na região rumo às políticas delineadas pelo MST caberiam retomar a experiências em agroecologias relacionadas à atividade leiteira como renda mensal, e convertendo a monocultura para rotação de cultivos, consorciações e integração lavoura e pecuária. |