Abstract:
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Florações da microalga nociva Dinophysis acuminata vêm se tornando recorrentes na costa de Santa Catarina. No presente estudo avaliou-se a modulação de alguns parâmetros imunológicos em ostras C. gigas e mexilhões P. perna cultivados, durante florações naturais de D. acuminata que produzem toxinas diarréicas (ácido ocadáico e compostos relacionados). Os bivalves foram coletados durante duas florações, uma na Praia Alegre (PA: 2.950 algas/L) no município de Penha/SC e outra na Praia de Zimbros (PZ: 4.150 algas/L) no município de Bombinhas/SC e 30 dias após o término das florações (grupo referencia). Na PA foram coletados apenas mexilhões. Os parâmetros analisados a partir da hemolinfa foram: os hemogramas ou contagem total (THC) e diferencial de hemócitos (DHC), o índice de hemócitos apoptóticos (IA) (coloração de Hoechst), a atividade da enzima fenoloxidase ou PO (produção de DOPAcromo), a concentração de proteínas totais (CP - método de Bradford) e o título aglutinante (TA - eritrócitos de cão) da hemolinfa. Foram ainda realizadas análises histológicas convencionais com coloração HE nas ostras da PZ. Dentre os parâmetros imunológicos analisados, alguns apresentaram alterações significativas em relação aos grupos referencia. A THC dos mexilhões variou durante ambas as florações, porém de forma contrastante. Na PA houve uma diminuição do número de hemócitos (54%) e na PZ um aumento (64%) da THC. A atividade da PO aumentou (50%) nos mexilhões da PA e declinou (40%) nas ostras da PZ. A CP aumentou (66%) apenas nos mexilhões da PZ. Os outros parâmetros imunológicos não se alteraram em relação às florações em ambos bivalves. Não foram observados danos teciduais nas ostras analisadas. Os resultados obtidos não mostraram um comportamento uniforme da modulação dos parâmetros imunológicos em relação às florações de D. acuminata. Contudo, ficou evidente que alguns parâmetros são de fato afetados durante as florações em ambos bivalves, em especial nos mexilhões que parecem ser os mais sensíveis e que acumulam uma maior concentração de ácido ocadáico (10 vezes superior) em seus tecidos. Estas alterações poderiam tornar estes animais menos resistentes e mais propensos a contrair infecções, impactando desta forma seu cultivo. |