Abstract:
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Em todo o mundo, o acesso aos recursos genéticos vegetais tem sido facilitado desde a entrada em vigor da CBD ainda no início da década de 1990. Porém, comunidades humanas, que manejam e necessitam desses recursos para a sua subsistência não tem acompanhado o ritmo dessas mudanças. Neste trabalho, investigamos o processo de empoderamento relacionado ao manejo comunitário de três comunidades de pequenos agricultores rurais que também realizam atividades extrativistas: as comunidades tradicionais faxinalenses de Bom Retiro e Marcondes, localizadas no interior do Paraná, no Brasil, e a comunidade Sirsi, localizada na região dos Western Ghats na Índia. A fim de entender as relações dessas comunidades com a sua biodiversidade foi avaliada a relação existente entre o manejo da biodiversidade realizado por essas comunidades, a conservação in situ de sua biodiversidade e o empoderamento dessas comunidades rurais. Foi utilizada uma integração de métodos qualitativos e quantitativos com ênfase no uso de ferramentas participativas, que buscaram captar mudanças e reestruturações ecológicas, econômicas e culturais que ocorreram ao longo do tempo, e que trouxeram implicações para o manejo comunitário e para a conservação da biodiversidade. A análise dos três locais revelou que a interação entre as políticas sobre recursos genéticos, agricultura, conservação da biodiversidade e desenvolvimento rural em diversos níveis, influenciam a realidade comunitária local. E que o processo de empoderamento, embora auto dirigido e imprevisível, é facilitado pela assessoria de instituições externas que trabalhem apoiando demandas locais. |